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2 Ver ao final da nota de rodapé 18.

3 Silfvergrip (1966) considerou várias espécies de Rhamdia, inclusive R. hilarii, como sinônimas de R. quelen.

4 Bockmann (1998), em sua tese de revisão dos Heptapteridae, considera Rhamdia microcephala e Rhamdia minuta como espécies dos gêneros Rhamdiopsis e Imparfinis, respectivamente.

5 Vari (1992) examinou os síntipos de Curimata albula estudados por Lütken e concluiu que a série consiste principalmente de espécimes de Cyphocharax gilberti, mas inclui também um exemplar de Steindachnerina elegans (Steindachner, 1974).

6 Castro (1990), em sua tese de doutorado, considera Prochilodus affinis um sinônimo de P. costatus.

7 Gery et al. (1987) examinaram os tipos de Leporinus obtusidens e L. elongatus e consideraram esta última como um possivel sinônimo senior de L. crassilabris Borodin, espécie que ocorre no Rio Jequitinhonha (aparentemente não no Rio São Francisco) e que não corresponde à espécie conhecida popularmente na bacia do Rio São Francisco como piau-verdadeiro. Dessa forma, automaticamente, o piau-verdadeiro deverá denominar-se por enquanto Leporinus obtusidens. Porém, como os autores não se manifestaram sobre o status dessa espécie no Rio São Francisco, esta identificação é duvidosa.

8 O gênero Serrapinnus foi recentemente criado por Malabarba (1998), cuja espécie-tipo é Cheirodon piaba.

9 Lima (2001), que está revisando o gênero Brycon, considera B. lundii um sinônimo de B. orthotaenia, confirmando, assim, as suspeitas do próprio Lütken (ver pg. 114 da presente obra).

10Nota da Tradução (NT): Museu Zoológico da Universidade de Copenhague (maiores detalhes podem ser encontrados no fascinante texto ``The history of the Zoological Museum, University of Copenhagen'', por Torben Wolff, em http://www.zmuc.dk/headweb/old-museum.htm).

11
J. Reinhardt:  Novos peixes de água doce sul-americanos (Videnskabelige Meddelelser fra den naturhistoriske Forening, 1849, pp. 29-46).
-
Notas sobre o gênero Pachyurus Agass. e as espécies correspondentes (idem ibidem, 1854, pp. 108-112).
-
Sobre a bexiga natatória na família Gymnotini (idem ibidem, 1852, pp. 145-149) (com descrição de novas espécies).
-
Stegophilusinsidiosus, um novo bagre do Brasil e seu modo de vida (idem ibidem, 1858, pp. 79-97) (com uma gravura).
-
Acerca de peixes supostamente não descritos das famílias dos Characini [NT: Os nomes ``dinamarquesados'' por Lütken foram substituídos pelos nomes científicos das famílias ou grupos correspondentes, vigentes na época, em latim, representados aqui em letra tipo itálico, quando se tratar de gênero ou espécie, e em tipo inclinado (compare com o tipo normal), quando se tratar de categorias superiores. Os nomes de espécies e gêneros estão em latim e com letra em tipo itálico.] (Oversigt over d. K. d. V. Selsk. Forhandl. 1866, 49-63; Resumo pp. 17-21). (com 2 gravuras).

12
Não me refiro aqui ao que aconteceu mais tarde, especificamente com as viagens de Agassiz à América do Sul. Quando a revisão dos peixes de água doce brasileiros e especialmente do Rio Amazonas e da costa brasileira do Rio Grande do Sul até a Bahia, que Steindachner iniciou recentemente, estiver completa, nosso conhecimento sobre os peixes de água doce sul-americanos entrará em um novo estágio, e então, talvez, se reconhecerá com maiores louvores que a fauna de peixes de um dos rios do interior do Brasil foi minuciosamente investigada e estudada. Os novos trabalhos de Steindachner que me chegaram às mãos enquanto o presente trabalho estava sendo impresso são:
  1. Sobre alguns novos Siluridæ brasileiros do grupo dosDoradina (Sitzungsber. d. k. Akad. d. Wissensch., Viena, vol. LXXI, 1875, 13 págs., 4 gravuras)
  2. Os peixes de água doce do sudeste brasileiro (idem ibidem LXIX, 1874, 40 págs., 6 gravuras)
  3. Contribuição para o conhecimento dos Chromides do Rio Amazonas (idem ibidem LXXI, 76 págs., 8 gravuras).

13 Aqui é talvez o lugar mais apropriado para descrever algumas das regras que achei que deveria seguir na composição da descrição. O comprimento total dos peixes, quando não se menciona outro modo, eu o medi em geral da ponta do focinho (ou da parte mais saliente da mandíbula, quando esta se prolonga além da parte superior da boca) até a raiz da nadadeira caudal; e a determinação mais próxima desse ponto nos peixes de escamas é onde a cobertura de escamas termina no meio dos lados da cauda, embora exista a desvantagem de essa cobertura de escamas nos peixes da coleção às vezes não se prolongar igualmente nos lados da nadadeira caudal; nesses casos, para encontrar uma expressão simples para as proporções do corpo, ou porque o limite entre o corpo e a nadadeira caudal era mais difícil de se estabelecer com certeza, achei mais conveniente medir o comprimento total até o entalhe da nadadeira caudal, até a sua borda posterior ou até a sua ponta, o que é mencionado expressamente. O comprimento da cabeça é calculado sempre da ponta do focinho e, quando não for mencionado em contrário, até a abertura branquial, de modo que a borda de pele dos opérculos está incluída; medi os peixes de couro ou cascudos excepcionalmente até a ponta do escudo do crânio, o que está anotado. A largura da testa se mede por uma linha reta entre os olhos. Não é necessário dizer que o comprimento das nadadeiras dorsal e anal é medido ao longo de sua base e, portanto, é igual à distância entre o primeiro e o último raios, em linha reta. As escamas da linha lateral, contei-as naturalmente da forma tão completa quanto possível, ou seja, incluindo também as primeiras ou as últimas da série, sem considerar se elas poderiam ou não ter algum poro ou tubo; e as ``fileiras transversais'', não as conto até o início da nadadeira dorsal ou ventral, mas o número total no lugar onde ocorrem em maior número, até a fileira ímpar no meio do dorso ou do ventre, quando existir. Com relação à contagem de raios, para uma compreensão mais aguda dessa característica, fiz em geral diferença entre os raios com e sem bifurcação; seguindo uma prática comum, não considerei o primeiro raio duro rudimentar nas nadadeiras dorsais de bagres e bagres-de-couraça, apesar de ele estar claramente presente; e, do mesmo modo, ignorei também em outros peixes o primeiro rudimento de raio bastante insignificante das nadadeiras dorsal e anal, nas quais ele também está presente, mas tão escondido entre as escamas, que somente seria visível através de dissecação, pois é quase seguro que em geral ele é ou será omitido, e por isso gerará mais confusão considerá-lo que ignorá-lo; em parte, é pouco importante se esse rudimento é levado em conta ou não, pois o desenvolvimento e a presença desses raios rudimentares no início da nadadeira anal estão sujeitos a apresentar uma variação significante. O raio duro rudimentar mais externo na nadadeira ventral dos Characini, que somente com uso de força pode ser separado do primeiro raio não bifurcado que o antecede, tem de ser considerado como unido ou pertencente a este, e também não foi contado. Quando o último raio da nadadeira dorsal ou anal é dividido justamente na raiz, como se fosse um raio duplo, eu sempre contei como dois, sem me preocupar se talvez morfologicamente devesse ser contado como se fosse somente um; o contrário iria provavelmente levar a confusões. É difícil encontrar uma regra, com relação a esse ponto e a muitas outras dificuldades semelhantes, que satisfaça simultaneamente aspectos teóricos e práticos, e acho totalmente razoável que outros desaprovem ou desconsiderem as regras que segui por me parecerem mais convenientes. Embora freqüentemente eu também forneça o número de raios das nadadeiras peitorais, devo notar que em geral este varia demais, apesar de muito constante em longas séries de formas, para servir como uma característica da espécie, e o mesmo vale para a nadadeira caudal. Acerca da importância das demais nadadeiras neste aspecto, não se pode fazer generalizações. A variabilidade dos números em certas espécies às vezes causa tanta admiração como a sua estabilidade em longas séries de formas.

14 NT: Os diagnósticos em latim ( Sinopse ), assim como as citações feitas pelo autor, sempre reproduzindo-as no idioma original da publicação (inglês, francês, alemão ou latim), foram todos traduzidos para o português.

15 Novos SiluridæCharacinidæ do Brasil central, loc. cit., pp. 29-36 e pp. 127-143.

16 2900 quilômetros de acordo com o cálculo de Halfelds (citado por Liais e Burton sem objeção reconhecida), sendo, dessa forma, o terceiro rio do Brasil e o 16o. da Terra. St. Hilaire dá um valor um pouco maior: ``quase 700 Lieues'', um pouco mais de 400 milhas dinamarquesas (Voyage aux sources du Rio S. Francisco et dans la province du Goyaz, Paris, 1847, I, p. 87). (Reinhardt)

17 A estimativa que deu esse resultado foi realizada por Reinhardt e revisada em 1867; ele comenta: ``este é, em todo caso, o número a que se chega, quando se somam os poucos peixes de água doce brasileiros registrados nos tratados ictiológicos mais antigos às espécies descritas por Cuvier em ``Mémoires du Muséum'', que o Gabinete em Ajuda (NT: o Real Museu e Jardim Botânico da Ajuda, fundados em 1792, por iniciativa do Marquês de Pombal, deram origem ao Jardim Botânico e ao Gabinete de História Natural da Escola Politécnica, mais tarde formalmente integrados no Museu Nacional de História Natural, estabelecimentos da Universidade de Lisboa, Portugal) cedeu ao Museu de Paris no início deste século, a todas aquelas oriundas das viagens e coleções de St. Hilaire, Spix, Natterer, Rob. Schomburgk, Castelnau e Cumberland, que enriqueceram a ciência, e finalmente a algumas poucas espécies descritas por Lichtenstein, Jenyns e J. Müller e Troschel. No número de espécies acima mencionado não estão incluídas duas de Murænidæ, que habitam estuários em água salobra e, dessa forma, não podem ser consideradas como verdadeiramente de água doce; também não estão incluídas as 4 espécies descritas por Filippi em ``Revue de Zoologie'' (1852, p. 164) de um afluente do Rio Amazonas,Rio Napó,no Equador''. Por outro lado, esse número deve ser aumentado de 3, considerando as espécies(Characini) do Pará descritas por Cope (mas não incluindo as numerosas espécies do Equador que esse ictiólogo e seu colega, Prof. Gill, descreveram em ``Proc. Amer. Phil. Soc.'' 1870 e em ``Proceed. Acad. natur. scienc. Philadelphia'' 1870 e 1872, nem as espécies da parte superior do Rio Amazonas descritas pelo Dr. Günther em ``Proc. Zool. Soc.'' 1868, pp. 229-247). Não foram levados em consideração os trabalhos mais recentes de Hensel e Steindachner sobre os peixes brasileiros. Naturalmente também não foram levadas em consideração nessa contagem possíveis reduções de espécies nominais, mas mesmo assim ela dará uma idéia aproximada da riqueza da fauna de água doce brasileira, pois resulta de um certo tempo de pesquisa. Reinhardt comenta ainda que, ``embora 388 (ou cerca de 400) espécies não seja um número pequeno, nosso conhecimento da ictiologia brasileira ainda está em sua infância, o que se evidencia numa comparação com a fauna dos rios de um país vizinho, a Guiana Britânica. Nesse sentido, Rob. Schomburgk comunica ter trazido 147 espécies e acredita ter perdido mais de 30 outras no decorrer de sua viagem; poderiam ser encontrados no mínimo 180 peixes de água doce naquele país, que de modo algum parece ter melhores condições para abrigar uma fauna mais rica do que a do Brasil, sendo quase 25 vezes menor que o país vizinho, que possui os sistemas fluviais mais poderosos da Terra''. Deve-se lembrar também que Wallace estima os peixes do Rio Negro em 500, e Agassiz em nada menos de 2000 para o Rio Amazonas! - este último número deve sofrer uma significante redução.

18 O Rio das Velhas deságua no Rio São Francisco 2 graus ao norte da cidade de Lagoa Santa, principal ponto de parada de Reinhardt; no local onde se une ao Rio S. Francisco (na Barra do Rio das Velhas) ele é somente um pouco mais estreito que este último; por outro lado, sua largura varia muito com o lugar e a época do ano; as pontes sobre ele têm de ser em vários lugares mais de 30-40 pés acima do nível mais baixo da água para não serem destruídas na época das chuvas. Reinhardt considera que a sua maior largura no trecho entre Sabará e Lagoa Santa pode ser estabelecida em pouco mais de 200 pés. A lagoa chamada Lagoa Santa possui, na avaliação de Reinhardt, um perímetro de aproximadamente uma milha e o seu maior diâmetro tem talvez pouco menos de meia milha. Sua saída, ``Sangrador'', deságua juntamente com um pequeno riacho a 2-3 milhas de Lagoa Santa; na época de seca a ligação entre o lago e o rio é interrompida. Dos afluentes do Rio das Velhas, pode-se mencionar os seguintes: Ribeirão do Mato, que entra no Rio das Velhas pelo oeste, pouco mais de uma milha ao sul de Lagoa Santa e passa, quando se vem de Santa Luzia para Lagoa Santa, cerca de uma milha e meia ao sul da cidade; Quebra, um riacho quase insignificante a pouco mais de uma milha de Lagoa Santa; Riacho do Sumidouro,que desaparece na caverna do Sumidouro, mas aparece de novo após o seu curso subterrâneo para desaguar no Rio das Velhas; Rio Taquaraçu, afluente do Rio das Velhas pelo leste, deságua neste um pouco ao norte de Lagoa Santa; no local onde Reinhardt o atravessou, a ponte tinha 80 passos. - Em razão das coleções levadas por outras pessoas aos museus de Londres e Paris, às vezes mencionamos ainda, no se que segue, o Rio Sabará, que do mesmo modo deságua no Rio das Velhas do lado leste, perto da cidade de Sabará. O Rio Cipó é um afluente do Rio Paraúna, que também pelo leste deságua no Rio das Velhas. Os peixes coletados neste último por Ch. Cumberland foram, na opinião de Reinhardt, possivelmente capturados na Fazenda Rotulo, perto da nascente do Rio Cipó.

19 Ficará claro, no que se segue, que, em virtude de certas dúvidas com relação à possível identidade de algumas espécies com outras anteriormente descritas, não se pode exigir uma precisão total nesses números.

20 Foi também dessa contagem que tiramos os números dados entre parênteses, que expressam o número de espécies brasileiras de cada família.

21 Quatro novas espécies dessa família foram posteriormente descritas do sul do Brasil (Arch. f. Naturg. 1868).

22 Dessas 13 famílias são típicos de água doce somente os Chromides, os bagres, os Characini, guarus, pirarucus, sarapós e peixes pulmonados; os demais são na realidade peixes marinhos com algumas formas representadas ou aclimatadas nas águas doces mais quentes; é compreensível que estas representem pouco na contagem. Em outras partes da América do Sul, aparecem ainda, além desses, alguns Symbranchii e Petromyzontes.

23 Com referência à afirmação do Prof. H. Burmeister, feita em seu trabalho ``Reise nach Brasilien'' (p. 414) - citada em outros trabalhos -, de que a fauna piscícola da pequena lagoa situada no vale do Rio das Velhas, Lagoa Santa, é completamente análoga à desse rio, possuindo 45 espécies, das quais 20 seriam de Siluridæ, o mesmo número de Characini, 4 de Gymnotini e 1 de Chromides - dados cuja origem está atribuída ao naturalista Dr. P.W. Lund, há longo tempo morador na região -, Reinhardt contesta sua veracidade e esclarece que o equívoco só pode se dever a uma completa má interpretação das palavras do Dr. Lund. ``Não existe qualquer Chromides na lagoa, e esta não possui de maneira nenhuma 45, mas no máximo 16 espécies, das quais 2/3 são Characini; os restantes são 3 Siluridæ e 2 Gymnotini; e, finalmente, a lagoa tem a maioria de seus peixes em comum com o Rio das Velhas, mas possui também algumas formas peculiares (Characini e Gymnotini), que até o momento não foram encontradas naquele rio (p.ex. Xiphorhamphus lacustris, Serrasalmo Brandtii, Tetragonopterus lacustris, nanos e gracilis, Characidium fasciatum, Carapus fasciatus e Sternopygus virescens). Algumas dessas aparecem também em pequenos riachos da região que têm ligação com o rio, mas não no próprio rio, do mesmo modo que existem umas poucas formas menores, que são conhecidas apenas em tais riachos, mas não ocorrem nem na lagoa nem no rio (talvez porque somente nesses locais essas espécies encontrem segurança contra a perseguição de peixes e outros animais predadores). Além disso, 16 espécies é por si só um número notável para uma pequena lagoa absolutamente insignificante, que não tem mais que 3 milhas de perímetro, e 45 espécies seria uma quantidade completamente desproporcionada para tal lagoa. Esse último número corresponde, por outro lado, ao número de espécies que Lund, na época em que o Prof. Burmeister o visitou, sabia que havia tanto nos rios como nos lagos da região onde vivia. Entretanto, até agora, nem nos rios foi encontrado qualquer Chromides.

24 ``Acarý'' é na realidade contração de ``Acará-y'' ou ``hy'' e significa água (ou rio), onde vivem ``Acarás''; é, portanto, um erro transferir essa denominação para um peixe. Com relação aos nomes populares relacionados a seguir, Reinhardt salienta que ``como estes pertencem à história dos peixes, ele reuniu as denominações dadas aos peixes existentes no vale do Rio das Velhas tão fielmente quanto possível. Muitas espécies aparecem sempre com os nomes que receberam dos habitantes originais; mas, em outros casos, os antigos nomes em Guarani, pelo menos nessa parte de Minas, desapareceram juntamente com as tribos a cujos idiomas pertenciam; e os imigrantes portugueses adicionaram nomes de peixes oriundos de sua língua materna, que freqüentemente pertenciam a peixes de sua costa natal com os quais os peixes brasileiros possuíam alguma semelhança, como ``dourado'', ``corvina''e vários outros, mas às vezes também nomes forjados para um peixe desconhecido, com base em alguma de suas características, como ``papa-terra'',``papa-isca'',``cascudo'' e outros do gênero. Penso poder garantir que os nomes mencionados são os comumente utilizados no vale do Rio das Velhas, mas que eles realmente sejam os corretos e que os nomes indígenas utilizados para os peixes sejam os originalmente dados, isso é outro caso que dificilmente pode ser decidido sem um estudo da língua guarani; existe, mesmo em regiões não muito distantes do Brasil, incerteza e dúvida no uso de vários nomes de peixes, e, para dar alguns exemplos, sempre se usa no vale do Rio das Velhas o nome ``piaba''indiscriminadamente para as espécies locais de Tetragonopterus, ao passo que nas margens do Rio Doce ouvi certas espécies de Leporinus serem chamadas do mesmo modo, e os Tetragonopterus lá recebem o nome de ``lambari'',que no vale do Rio das Velhas é dado a Characidium fasciatum; Natterer informa ainda que vários pequenos Chromides em ``Mato-Grosso'' são chamados ``papa-terra'', enquanto esse nome no Rio das Velhas, onde não aparece ciclídeo algum, é dado exclusivamente para uma espécie de Curimatus. Até numa mesma região, os nomes nem sempre são bem estabelecidos; usa-se, por exemplo, no vale do Riodas Velhas o nome ``pacu'' tanto para um Characini (Myletes micans) como para vários Siluridæ menores (dos gêneros AuchenipterusGlanidium), embora nesses casos exclusivamente por mau uso, pois esses Siluridæ na realidade possuem outro nome (pacamão). Tais confusões são raras e normalmente são apenas devidas ao pouco uso e, portanto, só ocorrem com peixes pequenos menos conhecidos. Finalmente deve-se lembrar que vários nomes em guarani agora se usam indiscriminadamente para designar várias espécies pertencentes a um mesmo gênero, enquanto os originais pertenciam somente a uma única espécie, ou, em todo caso, se esses eram genéricos, uma outra palavra servia para denominar a espécie isolada'' (Reinhardt).

25 NT: Principal ilha da Dinamarca, onde fica Copenhague.

26 C.F.P de Martius: Selecta genera et species Piscium, quos in itinere per Brasiliam ann. 1817-20 colleg. et pingendos cur. J.B. de Spix. Digess. etc. L. Agassiz. 1829-31.

27 Cuvier et Valenciennes: histoire naturelle des poissons, vol. XIV-XV (1839-40).

28 Fr. de Castelnau: Expédition dans les parties centrales de l'Amérique du Sud etc. pendant les années 1844 à 1847. Part. VII. Zoologie. Poissons. (1855).

29 Günther: Catalogue of fishes in the British Museum, pt. V (1864).

30 Especificamente, além das 7 que se seguem: Rhinodoras niger(Val.), Loricaria nudiventris (Val.), Rhinelepisaspera Sp., PlecostomusCommersonii (Val.) (subcarinatus Cast.) e Pterygoplichthysduodecimalis (Val.): 1 Doradina e 4 bagres-de-couraça.

31 A saber: Plecostomus alatus Cast., Platystoma emarginatum Val. eorbignianum Val. (coruscans Spix?), Conorhynchus conirostris (Val.), Pimelodus maculatus Lac., Rhamdia Hilarii (Val.) e Pseudopimelodus charus (Val.).

32 loc. cit., Tomo XVIII, pp. 494.

33 NT: No sistema dinamarquês da época, utilizado neste trabalho, usava-se, entre outras unidades de medida de distância ou comprimento, o , abreviado freqüentemente com o símbolo ´, a polegada, contida 12 vezes num pé e abreviada por ´´, e a linha, representada por ´´´ e contida 12 vezes numa polegada. A polegada dinamarquesa corresponde a 2,615 cm, sendo, portanto, maior que a medida correspondente no sistema inglês, que equivale a 2,54 cm.

34 Esse dado se dá em oposição aT. punctulatus Val., no qual eles são fortemente curvados. (Veja à frente.)

35 O número de raios das nadadeiras peitorais parece ser característico dessa espécie; nas demais ocorrem sempre 8 ou 9. Os raios mais à frente nas nadadeiras dorsal e anal, muito curtos e delicados, só são vistos quando expostos, às vezes com certa dificuldade. Não confio muito, portanto, que os números de raios dados pelos autores para outras espécies de Trichomycterusestejam absolutamente corretos. Aqui e no que se segue, eu contei os últimos raios duplos das nadadeiras dorsal e anal como 2 (veja nota 13).

36 Sobre as diferenças sexuais e os aparelhos sexuais nesse gênero podem ser consultadas as anotações de Kner em ``Sitzungsberichte d. mathem. naturw. Cl. d. k. Akad. d. W.'', XVII, 1855, ``Ichthyologische Beiträge'', pág. 159 (70).

37 Além destes, o Museu possui ainda um macho de Trichomycterus de um marrom-violeta escuro, uniforme (cor de chocolate), que o Prof. Reinhardt obteve do Prof. Pöppig. Este deve ser o Pyg. dispar de Tschudi - mas nesse caso eu não consigo assegurar -, pois essa espécie é diferente de T. punctulatus. Nesta última, o comprimento da faixa de espinhos do interopérculo, como nos T. brasiliensis, é igual à distância entre as narinas posteriores, os espinhos se situam em uma fileira tripla e são todos encurvados; nos supostos T. dispar, o comprimento da faixa é igual à distância dos olhos à ponta do focinho, seus espinhos são muito numerosos e formam 4-5 fileiras; além disso, somente os superiores são encurvados, sendo os inferiores retos. Uma revisão crítica das espécies desse gênero seria absolutamente desejável, mas exigiria certamente uma comparação imediata dos exemplares-tipo.

38 Infelizmente essa proporção na prancha III, fig. 8, não foi retratada com fidelidade: o início da nadadeira anal ficou um pouco à frente.

39 Existem outros exemplos em que essa formação (aparelho de veneno?) pode ou não estar presente em indivíduos da mesma espécie. Compare com o que segue sob Platystoma orbignianum.

40 Günther: Proc. Zool. Soc. 1868, p. 235.

41 Darwin: The descent of man and selection in relation to sex (1874). vol. II. p. 11.

42 Apesar de não estar relacionada com nenhuma dificuldade de decidir a que sexo um bagre pertence, não consegui uma completa clareza nesse aspecto, em parte porque as vísceras não estavam bem preservadas. Mas, mesmo que seja uma pista que o exemplar sem barba é uma fêmea e os 3 exemplares barbados, machos, não estaria ainda provado, rigorosamente falando, que eles são machos e fêmea da mesma espécie. O pescador que trouxe a Reinhardt um desses bagres-de-couraça barbados contou-lhe que havia encontrado dois exemplares barbados (dos quais um escapou) juntamente com uma grande quantidade de filhotes em um buraco no leito do rio; mesmo que esse relato seja verdadeiro e não prove absolutamente nada, ele não é suficiente, como Reinhardt chama a atenção, para confirmar que as formas descritas correspondam a macho e fêmea da mesma espécie.

43 NT: ``vix'' aqui siginifica ``dificilmente'': o autor tem dúvidas se o Plecostomus lima (Rhdt.) poderia ser o Plecostomus Robini Günther , mas ``dificilmente'' seria o de Val.

44 Errata do autor: Esse tamanho é pequeno demais para o Plecostomus lima; um exemplar doado posteriormente ao Museu, enviado pelo Dr. P.W. Lund, possui quase 8 polegadas de comprimento.

45 Ao se usar esse critério, obtém-se o seguinte agrupamento dos Plecostomus típicos:


    A. Ponta do focinho nua; lábio superior nu ou parcialmente granulado.     B. Ponta do focinho geralmente granulada e não nua; lábio superior também granulado em geral
                    a. Corpo de cor escura, com manchas claras.
  P. alatus Cast.   P. Francisci Ltk.
                    b. Corpo de cor mais clara, com manchas escuras ou negras.
  P. bicirrhosus, pantherinus,   P. spiniger Hens., Villarsi Ltk.
  Commersonii, punctatus,   ? P. horridus etc.
  Wuchereri, brevicauda, lima etc.    

46 Já me pronunciei sobre a substituição do nome Plecostomus por Hypostomus em outro lugar (Videnskab. Meddel. fra den Naturh. Forening, 1873, p. 211).

47 Devo salientar, entretanto, que no mínimo uma espécie (Macrodon trahira: veja a seguir) ocorre em ambos os lugares.

48 O comprimento da cabeça é, como salientado anteriormente, mais prático de se medir nos bagres-de-couraça do meio do focinho até a nuca, ou seja, até a ponta do crânio, não como normalmente é feito, até a parte mais distante da abertura branquial.

49 Naturalmente aqui, como em todos os outros Hypostomina, dever-se-ia escrever D.: 2.7 etc.; mas é cada vez mais aceito e adotado não considerar o primeiro raio, totalmente rudimentar, situado logo à frente, chamado raio duro da nadadeira dorsal (ver nota 13.)

50 Archiv f. Naturgeschichte, ano XXXIV, vol. 1 (1870) p. 73.

51 Videnskabelige Meddelelser fra den naturhist. Forening de 1873, p. 211.

52 Esta foi mais tarde descrita e retratada a partir de exemplares do Rio São Francisco por Steindachner, mas sem referência ao meu diagnóstico da espécie em ``Vid. Selsk. Oversigter'' (Wien. Sitzungsb. vol. LXXI, p. 10, prancha 4). O Sr. Steindachner recebeu essa publicação a tempo de poder retirar o nome que ele deu à espécie, de corrigir e adicionar aquilo que eu cheguei a usar na caracterização, sem entretanto adicionar qualquer outra referência.

53 Günther assinala 7 raios na nadadeira ventral como característica das espécies de Doras; D. marmoratus tem, porém, apenas 6, assim como D. cataphractus, que além disso tem somente 1.5 (e não 1.7) raios na nadadeira dorsal (constatado em vários exemplares). Todas as outras espécies têm, segundo o que se assinala e o que eu mesmo encontro em D. costata (2 exemplares): D.: 1.6; V.: 7.

54 NT: Apesar de dificilmente poderem ser consideradas como padrão, as cabeças dos alfinetes modernos possuem cerca de 1 mm de diâmetro, enquanto os mais finos produzidos por volta de 1900 na Dinamarca possuíam cabeças menores, com cerca de 3/4  mm.

55 Tanto essa observação como a anterior, sobre o posicionamento dos barbilhões no peixe vivo na água, me parecem ter interesse como contribuição para o esclarecimento do modo de vida dos bagres, apesar de que, ou, mais corretamente porque, tais comportamentos, pela mesma razão, talvez ocorram em muitas outras espécies.

56 De acordo com Kner: ``Ichthyologische Beiträge'' (Sitzungsb. d. mathem. naturw. Cl. d. kaiserl. Akad. d. Wiss., vol. XXVI, 1857, p. 428.). Compare também com desenho de autoria de Han.

57 Uma anotação do Dr. P.W. Lund descreve sua cor da seguinte forma: ``Ele é marrom-acinzentado na parte de cima e branco na de baixo. Atrás do opérculo, de cada lado, tem uma mancha escura arredondada muito grande, com pontinhos mais claros por cima. Em volta da base da nadadeira dorsal tem uma mancha similar, ao longo dos lados do dorso, duas grandes manchas alongadas e escuras. A proteção óssea da cabeça é belamente dividida em grandes campos regulares por linhas mais claras. As nadadeiras ventrais têm uma faixa preta transversal ao longo de sua borda posterior, sendo o restante amarelado, assim como a borda da mandíbula e os barbilhões. A nadadeira anal, assim como a nadadeira caudal, é artisticamente marmoreada de marrom em direção à sua borda externa''.

58 É quase desnecessário notar que esse segmentado ``prolongamento de pele'', que sempre se encontra na ponta dos chamados ``raios duros'' dos bagres (mas que na verdade é bastante insignificante na maioria dos casos, quando o ``raio duro'' é relativamente grande e forte), na realidade é a parte não ossificada do raio, e que sua parte ossificada (``raio duro'') continuamente cresce e preenche segmento por segmento a ponta de pele que se transforma no ``raio duro'', em cuja parte superior a linha limite inclinada entre os segmentos é facilmente visível. A ``ponta perfurante'' do ``raio duro'' origina-se justamente do fato de os segmentos formarem um ângulo agudo com o eixo do raio. Também a formação da serrilha está relacionada com essa segmentação, já que um par de dentes (quando o raio é dentado de ambos os lados) corresponde a cada segmento; de acordo com Kner: ``Über den Flossenbau d. Fische'' (``Sitzungsber. d. k. Akad. d. Wiss.'', XLII, p. 240). De fato, dever-se-ia incluir essa parte não ossificada quando se mede o raio duro e se determina seu comprimento em relação a outras partes do corpo; mas esse procedimento encontra dificuldades nos casos em que a parte não ossificada é muito desenvolvida e alongada, em forma de uma fita, como, por exemplo, em Ælurichthys.

59 Compare com a prancha III, fig. 5, que representa um macho.

60 De acordo com Kner, idem ibidem, p. 434.

61 Ver o relatado para Pseudorhamdia lateristriga.

62 Um ajuntamento de casas a algumas milhas de Lagoa Santa.

63 Kner: Sitzungsb. d. k. Akad. Wiss., 1857. ``Ichthyologische Beiträge'', p. 398. Outros exemplos encontram-se nas espécies deClarias, nas quais a diferença individual pode ser ainda maior.

64 Chama-se a atenção para isso, porque essa característica do gênero: ``nadadeiras ventrais situadas atrás da nadadeira dorsal'' não é constante; em P.Vaillanti elas estão abaixo dos últimos raios da nadadeira dorsal, assim como em Platystomatichthys.

65 NT: veja nota 33.

66 NT: 18 libras dinamarquesas; 1 libra dinamarquesa = 500,45 gramas. 9kg é considerado pouco para a espécie. Pode ter havido um erro tipográfico e faltado um ``L'' à frente do símbolo, o que tornaria a unidade em ``lispund'' (L $\vbox{\vspace{0pt}\epsfxsize=8pt\epsfbox{lispund.ps}}$), medida de peso originária das terras ao norte da Lituânia, na costa do Mar Báltico, equivalente a 8kg. Essa unidade podia ser utilizada como medida oficial na Dinamarca até 1861. Nesse caso, o exemplar teria a biomassa de 144kg, compatível com os maiores exemplares da espécie.

67 Isso seria difícil para a fêmea; mais compreensível seria se o macho o fizesse, apesar de não se poder compreender bem como a fertilização aconteceria - a menos que, como alguns afirmam, ela aconteça através de cópula.

68 Arius fissus (Caiena), Günther, ``Catal. of fishes'' V. (1864) p. 172; A.BoakeiLayardi (Ceilão): ``Journal of Anatomy and Physiology'' vol. I (1867); ``Annals of natural history'' dezembro 1866, p. 473 (Turner, Boake e Günther); A.barbus Lac. (Sul do Brasil): ``Archiv f. Naturgeschichte'' 1870, p. 70 (Hensel); 4 espécies de Bagrus- (Nota do Autor: Arius ?) do Suriname (indeterminadas): ``American Journ. of Science'' vol. 76, 1859 (Wyman);A. subrostratus, gagora, sumatranus e Osteogeneiosusmilitaris (Índia): ``Proc. Zool. Soc.'' 1873, p. 70 (Day). Até agora existe somente a anotação histórica de que Bloch (``Allg. Natur. d. Fische'', XI, p. 18) já encontrara em Ageneiosusmilitaris a boca cheia de ovos amarelos e, interpretando o fato indubitavelmente de modo correto, ele informou que esse bagre - que não pertence ao grupo dos Ariina, mas ao dos Doradina - estava com seus ovos na boca para protegê-los dos predadores. O relato de Schomburgk (Fishes of Guyana, I, pp. 114 e 194) sobre um grandeSiluridæ com 10-12 pés de comprimento, chamado ``lau-lau'' - provavelmente um Platystoma -, cujos filhotes nadariam em grandes cardumes em torno de sua grande cabeça e, sob perigo iminente, imediatamente procurariam abrigo em sua grande boca, deve, pelo mesmo motivo, ser encarado com suspeita o fato de os filhotes eclodirem no ventre materno, onde se poderia encontrá-los com um embrião tão desenvolvido que olhos, boca e nadadeiras são reconhecíveis. Com isso, deve-se lembrar que Kner (``Über den Flossenbau d. Fische'', Sitzungsb. d. Akad. d. Wiss. Viena, vol. LXI, p. 814) em determinadas ocasiões menciona que ele recebeu do Museu de Hamburgo crias de um Pimelodus ``vivíparo'' do Brasil.

69 Percebi depois que Kner usou esse nome para uma subdivisão hipotética de Arius: as espécies que no palato somente possuem dentes no vômer. Mas tais espécies parecem não existir e há, portanto, somente uma pequena probabilidade de que venha a ser usado no grupo Arius, mesmo que se possa achar natural - com o que absolutamente não concordo - dividir o gêneroArius, que na minha opinião é um dos mais naturais que existem.

70 Mostrei em outro lugar (Vid. Medd. f. d. naturh. Foren. 1874, p. 192) que Piramutana piramuta provavelmente é genericamente diferente de Pseudariodes e que as espécies do norte e do sul desse gênero foram fundidas em uma só com o tempo. Os Bagropsis são, todavia, mais diferentes de Piramuta que de Pseudariodes.

71 NT: Irissanga é localidade do Estado de São Paulo, na bacia do Rio Grande.

72 O que me deixa mais inseguro nesse aspecto é que encontrei no Museu 3 filhotes (de 2 1/2 até perto de 4 polegadas de comprimento) de uma espécie de Pimelodus do Rio da Prata - eles foram trazidos pelo falecido Prof. Krøyer, que, entretanto, cometeu o erro de misturá-los ao seu próprioP.Valenciennis - e, ao comparae esses exemplares que, todavia, devem ser considerados como pertencentes ao verdadeiro P.maculatus, com o exemplar mais jovem dos exemplares brasileiros, encontrei várias diferenças que não podem ser atribuídas ao fato de serem jovens. Eles têm dessa forma 11 (1.10) raios nas nadadeiras peitorais e dois deles 13 (4.9) raios na nadadeira anal (o terceiro 12: 4.8); e todos três têm o processo escapular com outra forma e outra escultura (estriada, não granulada). Que o raio duro da nadadeira peitoral também à frente seja nitidamente serrilhado é mais uma diferença de idade que de espécie. É, portanto, possível que uma comparação imediata de grandes exemplares das bacias do São Francisco e do Prata levem à conclusão de que duas espécies bem distintas habitam cada uma destas. Por enquanto, porém, é preciso ater-se à determinação dada.

73 A figura de D'Orbigny, que mostra que a altura é relativamente ainda maior, deve ter sido feita com base em um exemplar ainda mais velho. De acordo com D'Orbigny, ele alcança apenas 15 polegadas de comprimento.

74 Suas características seriam então:
 

Cabeça em forma de capacete, granulada; processo occipital atingindo o escudo pré-dorsal (osso interespinal em forma de sela); raio duro da nadadeira dorsal forte, rígido.

   a) Focinho muito largo; área dentífera intermaxilar muito larga; nadadeira adiposa um pouco longa.
          1. Pimelodus ornatus Kn.
   b) Focinho de largura média; área dentífera intermaxilar mais estreita.
    1. Nadadeira adiposa um pouco longa:       2. P. maculatus Lac.
    2. Nadadeira adiposa curta:       3. P. Valenciennes Kr.
   c) Focinho atenuado, estreito, pontiagudo, quase cônico, boca diminuta, lábios dilatados, poucos dentes; nadadeira adiposa alongada.
    1. Presença de dentes intermaxilares:       4. P. labrosus Kr.
    2. Ausência de dentes intermaxilares:       5. P. Westermanni Rhdt.

75 Os exemplares maiores de Hensel eram um pouco menores que os nossos maiores: 3 1/3 polegadas sem a nadadeira caudal (com esta, um pouco mais de 4 polegadas). De que parte do Brasil são os exemplares do Museu de Londres não foi informado.

76 Provavelmente Amuyuca, que deságua no Maranhão um pouco abaixo do Rio Napo,entre este rio e a cidade de Pebas, no território peruano.

77 Hensel obteve no Guaíba e seus afluentes um peixe que ele denomina ``Pimelodus sapo ? Val.'', lançando a questão se esta espécie e P.Hilarii não deveriam ser fundidas. Deve-se notar aqui que Hensel relata que a maxila inferior é um pouco mais curta que a superior (o que acontece em P.Hilarii nob.), enquanto, de acordo com Valenciennes, o contrário deveria ocorrer com P.sapo (que, por outro lado, não parece ajustar-se à ilustração no trabalho das viagens de d'Orbigny, Prancha II, fig. 7). O dado de Hensel sobre o tamanho dos olhos (um quarto da distância entre eles) está mais de acordo com P.sapo (1:3 1/2, Val.) do que com P.Hilarii (1:2 a 2 1/2 ). Com isso não aceitarei de modo algum a possibilidade de que a proposta de Hensel possa ser correta. Seu maior exemplar (12 1/2 polegadas sem considerar a nadadeira caudal) era bem maior que o maior P.Hilarii do Rio das Velhas. De acordo com a observação de Hensel, ele permanece em buracos nas margens e somente sai à noite, quando é capturado com ganchos.

78 Os números entre colchetes ([ ]) ocorrem raramente.

79 Uma outra anotação diz assim: ``na parte de baixo a cor é branco-madrepérola, ao longo do dorso e dos lados, acinzentada; mas o muco amarelo que recobre o peixe esconde a cor quase completamente. O corpo é às vezes repleto de pintinhas escuras, que às vezes não existem, a não ser na longa nadadeira adiposa, que mostra fracos traços destas; entretanto, também podem não existir ali. As nadadeiras dorsal, caudal e peitorais são amarelas, as nadadeiras ventrais e anal branco-amareladas; a córnea é prateada''.

80 A única espécie conhecida com semelhante número de raios na nadadeira anal é Pimelodus notatus Schomb.; em outros aspectos praticamente não existem semelhanças entre elas.

81 Somente 1 de 4 exemplares possui D.: 1.5; um outro A.: 5.11; os demais D.: 1.6 e A.: 5.13; dois possuem P.: 1.7; dois 1:8.

82 Também aqui ocorre o número 6 três vezes e o número 5 somente uma vez.

83 O comprimento da cabeça é curto demais pelos dados de Valenciennes porque ele o mediu na figura (em projeção), o que, em virtude de sua grande largura na frente, faz uma clara diferença.

84 Como nos verdadeiros P. bufonius (não 6); esta espécie tem colorido um pouco diferente, nadadeira adiposa um pouco maior, etc. As listras transversais escuras descritas acima são, por outro lado, encontradas em um par de jovensPseudopimelodus da Venezuela (D.: 1.5; dentes excepcionalmente fortes ao longo de ambos os lados do raio duro das nadadeiras peitorais - talvez apenas uma característica de jovem?) sendo portanto, talvez, um carácter juvenil para todo o gênero.

85 Estas são: Parodon Hilarii R.,Characidium fasciatum R., Piabina argentea R., eCynopotamus (Rboides) xenodon R.

86 Ou seja: Macrodon trahira Sp.,Prochilodus argenteus Sp., Leporinus elongatus Val.,Salminus Cuvieri e Hilarii Val., juntamente com Serrasalmo (Pygocentrus) piraya Cuv.

87 Crenuchina, do qual somente se conhece 1 espécie da Guiana (a outra é africana), é o único dos grupos sul-americanos de Characini que falta nas águas de que tratamos aqui.

88 As espécies que ali vivem e que não se conhecem no Rio das Velhas são: Characidium fasciatum,Tetragonopterus lacustris,Tetrag. gracilis,Xiphorhamphus lacustris,Serrasalmo Brandtii.

89 Parodon Hilarii, Characidium fasciatumChirodon piabaPiabina argentea.

90 A espécie fica, entretanto, um pouco maior na Lagoa Santa; o ``British Museum'' possui um exemplar de ``M. intermedius'' com 21 polegadas, e D'Orbigny viu um ``M. auritus'' de mais de 18 polegadas.

91 Erythrinus brasiliensis Ag. também não é outra espécie distinta. Agassiz, aparentemente, teve apenas um exemplar empalhado de cada uma de suas 3 espécies, para estudos. Não há maior razão para fazer aqui uma crítica mais profunda à descrição dessa espécie. Como dois desses exemplares expressamente vieram do São Francisco, dificilmente poderá haver dúvida. - Entretanto, como tanto Günther quanto Valenciennes, em suas descrições, informam que os dentes palatinos frontais apresentam uma pequena parte separada, acrescento que não consegui confirmar isso; a parte frontal menor desses dentes continua sempre sem interrupção até a parte maior de trás.

92 De acordo com Steindachner, loc. cit., volume LXIX, p. 27, também ele une M. intermedius com M. trahira.

93 Das espécies descritas do Rio São Francisco, etc.,Brycon Hilarii Val. eErythrinus unitæniatus são as únicas que, com certeza, posso afirmar que Reinhardt não trouxe. Entretanto, mesmo com relação a Myletes (tometes) altipinnis, a qual ainda penso deveria ser considerada separada na lista de peixes de água doce deste distrito (veja o final deste trabalho), não estou completamente certo de que talvez se mostre injustificada. NT: Esta nota aparece na página 182 do original e não na página 184, sua posição correta.

94 Os números entre colchetes ([ ]) representam casos mais raros.

95 Considero que as primeiras escamas sem poros da série de escamas da linha lateral não são consideradas por Günther; somando-se 2 ou 3 aos dados desse autor, obtêm-se números que coincidem com os máximos e mínimos apresentados acima ou se aproximam deles.

96 De acordo com Steindachner (loc. cit.),M. patana eaimara Val. de Caiena e provavelmenteM. teres V. (Maracaíbo) também não são espécies diferentes de M. trahira, e M. micropelis da América Central talvez seja somente uma subespécie local; em outras palavras: conhece-se somente uma espécie segura no gênero Macrodon.

97 Uma espécie de Trinidad recebeu mais tarde o nome argenteus (Gill.). Sobre o nome de gênero Anodus ver o que anotei em outro lugar (Vidensk. Medd. fra den naturhistoriske Forening 1974, p. 225).

98 O raio externo rudimentar, que nos demais Characini é tão insignificantemente pequeno, é aqui um pouco mais desenvolvido; dever-se-ia, talvez, contar 2+8=10. Em todo caso, dificilmente se dará peso para o fato de essa espécie ter 9 ou 10 raios na nadadeira ventral.

99 Os dois últimos poderiam também ser contados como somente um raio profundamente fendido; o raio duro, rudimentar, escondido entre as escamas, não foi contado.

100 (Nota posterior) Depois de ter recebido a nova descrição de Steindachner de Curimatus Gilberti (espécie que ele considera sinônima de C. voga H.), desconfio que a forma encontrada no Brasil central (C. albula) mostrar-se-á, com quase toda certeza, idêntica à do sul do Brasil. Como Steindachner pôde examinar muitos exemplares dos rios do sul do Brasil e encontrou que o número de escamas na linha lateral é variável de 37 a 41, ao mesmo tempo que relata que as nadadeiras ventrais são fixadas um pouco atrás do início da nadadeira dorsal, aparentemente isso anula minhas próprias razões para mantê-las separadas. Entretanto é estranho que a forma do sul brasileiro fique tão maior (8 1/2 polegadas) que a de Minas Gerais. Como uma comparação direta entre exemplares do Brasil meridional e central não foi feita, ainda não quis mudar o nome pelo qual esta espécie foi resumidamente caracterizada em ``Vid. Selsk. Overs.'' de 1874.

Um Hemiodus no Rio da Prata.Não vou deixar de mencionar que se encontra no Rio da Prata uma espécie de Hemiodus até agora não descrita. Sob o nome algo estranho, ``Leuciscus'' e ainda com a inscrição ``janeiro de 1841, Rio da Prata'', feita pelas mãos do falecido Prof. Krøyer, encontrei há pouco tempo, por acaso, no depósito do antigo Museu Real de História Natural um pequeno vidro que continha dois Characini. Um deles tem de classificar-se no gênero Hemiodus; possui o comprimento de 30 mm (até a nadadeira caudal), do qual a cabeça, que é um pouco maior que a maior altura do corpo, representa exatamente um quarto. Não há quaisquer dentes na parte de baixo da boca, mas na de cima, de cada lado, há 5 dentes largos de raiz fina, de perfil reto em direção à raiz, finamente serrilhados na coroa ovalada mais larga. Possui 42 escamas na linha lateral e 4 acima e 5 abaixo dela mesma na parte da frente do corpo (além daquelas da linha mediana acima e abaixo). As nadadeiras ventrais situam-se abaixo do último raio da nadadeira dorsal. Número de raios: D.: 7; V.: 8; A.: 8. As escamas não possuem estrias onduladas nítidas em sua parte exposta, mas possuem, por outro lado, uma escultura própria de finas linhas inclinadas, que na parte superior das escamas correm paralelas para baixo e para trás, e na sua parte inferior na direção oposta, de modo que elas se encontram parcialmente em ângulo na linha do eixo da escama. O pequeno peixe não apresenta qualquer desenho. Como se trata claramente de um jovem, e só tenho um exemplar disponível, não vou dar qualquer nome de espécie ou descrevê-lo detalhadamente, mas apenas aproveitar esta oportunidade para chamar a atenção para o fato de que o gênero está bem mais representado ao sul do que se sabia até agora.

101 P. asper (Vid. Medd. fra den naturhist. Forening 1874, p. 226).

102 ``Em lugares onde o rio tem uma pequena queda, faz-se uma represa de gravetos e galhos, na qual se deixa somente uma abertura de 3-4 pés; abaixo desta prende-se uma grande caixa com o fundo de treliça, na qual os peixes que nadam com o fluxo do rio pela abertura, ficam presos e são capturados, já que não conseguem voltar subindo a corrente de água em queda que derrama na caixa. Onde o curso normal do rio não facilita o uso desse equipamento, faz-se uma represa mais sólida, e cria-se uma queda dágua artificial, uma vez que a água acumulada, pelo menos no tempo das chuvas, não encontra saída suficiente nos muitos furos e fendas da represa'' (R.)

103 Encontro 41 também em uma metade de pele de um L. elongatus do Rio São Francisco, que Reinhardt trouxe.

104 Entretanto, cumpre-nos lembrar aqui que à frente das nadadeiras dorsal e anal existe um rudimento insignificante de raio, que não quis contar; e que o último raio completamente bifurcado nessa nadadeira foi contado como dois. Além disso, existe na base do raio externo da nadadeira ventral um rudimento ou uma farpa, que com a ajuda de uma faca pode soltar-se desse raio que eu contei como o primeiro. Não posso, de acordo com as regras seguidas aqui, contar esse rudimento como um raio independente; se este raio rudimentar é contado (como sem dúvida freqüentemente aconteceu com outrosCharacini), a espécie tem, obviamente 10 raios na nadadeira ventral.

105 Reinhardt adiciona: ``por outro lado, parece que, de acordo com Prindsen af Wied (``Reise nach Brasilien in den Jahren 1815 bis 1817'', segundo vol., p. 342, oitava edição), na Província da Bahia denomina-se uma das espécies manchadas de preto com este nome''.

106 Este nome foi dado por Günther, nesse ínterim, a uma outra espécie e não poderia, dessa forma, ser utilizado aqui.

107 Em um exemplar mais jovem do Rio São Francisco, essas manchas são, todavia, muito pouco nítidas.

108 O que foi salientado sobre os raios rudimentares e bifurcados em L. elongatus, naturalmente, também vale para esta espécie.

109 De acordo com Castelnau (loc. cit., p. 58, prancha 29, fig. 1) esta é, todavia, uma espécie distinta,L. bimaculatus.

110 O número de raios no verdadeiro L. Frederici é o mesmo que no peixe do Rio das Velhas (L. Reinhardti m.).

111 As ilustrações no trabalho da Viagem de D'Orbigny não esclarecem nada, pois claramente, em ambos os casos, as escamas foram desenhadas demasiadamente pequenas e muito numerosas.

112 As ilustrações mostram ${{4}\over{3}}$(!) dentes nosL. acutidens${{3}\over{3}}$ nos L. obtusidens.

113 Hensel menciona um peixe, que ele considera L. obtusidens, como muito comum em Porto Alegre; mas seu exemplar estava tão ruim, que uma determinação mais precisa não foi possível.

114 De acordo com D'Orbigny, L. obtusidens no Rio da Prata deveria alcançar um comprimento de 26-27 polegadas.

115 Com todo respeito ao cuidado e precisão do Dr. Günther, eu estaria inclinado a supor que aqui se cometeu um engano, pois nenhum Leporinus que eu conheça possui tão poucas fileiras de escamas, não fosse o caso do Prof. Peters (``Berl. Monatsber.'' 1868, p. 455) ter descrito resumidamente um Leporinus macrolepidotus, do Rio de Janeiro, do mesmo grupo do presente com respeito à cor (a faixa preta situa-se aqui acima da linha lateral), mas com somente três fileiras de escamas acima e duas abaixo da linha lateral; existem 35 escamas nesta, mas o número de raios é incomum (D.: 10; A.: 8).

116 Não se pode obviamente esquecer que à frente das nadadeiras dorsal e anal existe um rudimento de raio duro escondido entre as escamas, e que o raio não bifurcado mais externo da nadadeira ventral tem um pequeno rudimento semelhante na sua base, assim como as demais espécies de Leporinus.

117 Hist. nat. d. Poissons, vol. XXII, p. 31; Expédition etc., Poissons p. 58, prancha 29, fig. 2.

118 Ichthyologishche Beiträge z. Fam. d. Characinen, I. p. 172 (36), tomo VIII, fig. 19.

119 Hist. nat. d. Poissons, XXII, pp. 33-34; Expédition, Poissons, p. 59, prancha 29, fig. 3.

120 Sobre as dificuldades e os aspectos pouco satisfatórios relacionados com a caracterização deste gênero, o Dr. Reinhold Hensel já se pronunciou em relação às espécies sul-brasileiras (Archiv f. Naturgeschichte, XXXVI, vol. 1, p. 82).

121 Annals of the Lyceum of Natural History of New York, vol. VI. 1858, p. 60 (separata).

122 Ainda nos menores indivíduos disponíveis (7 1/2´´´, nadadeira caudal incluída), a mancha da região escapular e a da cauda são nítidas. Quero ainda registrar que nestes a altura é um terço do comprimento total (até a nadadeira caudal), o diâmetro dos olhos quatro nonos do comprimento da cabeça, e que a metade de trás da linha lateral é mais ou menos invisível. Mesmo em indivíduos de 1 1/2 polegada de comprimento, a maioria das escamas não tem estrias sulcadas, algumas têm uma ou duas.

123 NT: ``Autt.'' aqui significa ``dos autores''; com referência ao nome Tetragonopterus fasciatus usado correntemente por vários autores.

124 Este exemplar mostrou-se no geral algo duvidoso, pois achei somente 37 escamas na linha lateral e 21 raios bifurcados na nadadeira anal - em ambos os casos, abaixo do número mais comum.

125 Não vou me furtar a destacar que, neste pequeno curso d'água, vivem no mínimo 4 espécies de Tetragonopterus. Dos 3 exemplares conservados na coleção de Reinhardt, que estavam marcados ``Olhos D'água 5/2/52'', dois eram T. Cuvieri e o terceiro T. rivularis; dos 15 exemplares capturados no mesmo local dois dias depois, 14 eram T. rivularis e 1 T. lacustris. 12 exemplares de T. nanus estão, do mesmo modo, marcados ``Olhos D'água 5/2''. Entretanto, não tenho dúvidas de que a descrição de colorido elaborada por Reinhardt foi feita a partir de um T. Cuvieri.

126 NT: ``mihi'' (ou simplesmente ``m.'', como no final da nota de rodapé 128) significa ``meu'', dativo singular de ego, significando, no caso, o nome que ele, Lütken, deu à espécie.

127 Disso, dever-se-ia concluir que os ``T. fasciatus'' (``Expédition etc., Poissons'', tomo II, 1855, p. 66, prancha 32, fig. 2) do Araguaia e Tocantins, de 5-6 cm de comprimento, deveriam ser da mesma espécie que aquela do Rio São Francisco, ``T. fasciatus Val.'' Mas esta se mostra, porém, diferente.

128 ``Zoology of the Voyage of H. M. S. ``Beagle'''', parte IV, Fish (1842), p. 125, prancha 23, fig. 2. Como esta espécie é muito próxima de T. Cuvieri, quero comunicar aqui uma nova descrição dela, a partir de exemplares trazidos pelo falecido Professor Krøyer do Rio da Prata. O maior deles possui quase 5 1/2 polegadas de comprimento, ou seja, não pouco maior que o maior dos T. Cuvieri.

A altura é contida de 2 2/3 -3 vezes no comprimento total (até a nadadeira caudal), o comprimento da cabeça aproximadamente 4; o diâmetro dos olhos cabe 3-3 1/2 vezes no comprimento da cabeça e é igual ou algo maior que a menor distância contida entre eles, através da testa que é fortemente arqueada. Existe freqüentemente uma fraca depressão do perfil, no limite entre o alto do crânio e a testa. A nadadeira dorsal começa, como de costume, a meio caminho entre a ponta do focinho e a nadadeira caudal, mas um pouco atrás do suporte das nadadeiras ventrais; sua altura é, em geral, um pouco menor (em um dos exemplares disponíveis, excepcionalmente maior) que o comprimento da cabeça e, do mesmo modo, menor que sua distância da nadadeira adiposa e que o dobro do tamanho desta. O comprimento da nadadeira anal é maior que o da cabeça, sua altura (paralelamente aos primeiros raios bifurcados) quase a metade (às vezes acima disso) de seu próprio comprimento. As nadadeiras peitorais não alcançam as ventrais, e estas não alcançam a nadadeira anal; nos exemplares de tamanho médio, ambos os pares de nadadeiras são relativamente mais longos, de modo que as peitorais alcançam as ventrais e estas quase até a nadadeira anal. Contam-se 38-40 escamas ao longo da linha lateral completa, 6-7 acima e 7 abaixo da mesma na parte anterior do corpo; em algumas escamas existem, dependendo de sua posição pelo corpo, 7-13 estrias sulcadas; nos indivíduos mais jovens muito menos, como de costume. O estreito osso maxilar não alcança, nos indivíduos mais velhos, além de uma linha vertical traçada da borda anterior dos olhos; mais freqüentemente ele contém em sua superfície interna, mais próximo de sua extremidade superior, 2 dentes pequenos. Em geral, o número de dentes é o de costume: existem 4-5 na fileira externa e 5 na interna de cada intermaxilar, 4-5 grandes e uma série de pequenos em cada metade da maxila inferior, e assim por diante. Número de raios: D.: 2+9; P.: 13; V.: 8; A.: 29-35 (3-5 + 25-30). A faixa lateral branca e a listra escura na nadadeira caudal são nítidas; ao contrário, a mancha na região escapular é perceptível somente quando não há escamas no local.

Entretanto, apesar de Steindachner (loc. cit. p. 10) atribuir a T. rutilus (de Montevidéu) um número médio de raios na nadadeira anal (25-30) e de escamas (37-38) menor do que eu encontrei, e não mencionar os dentes do maxilar, considero que ele também teve o verdadeiro T. rutilus em mãos. Posso também fazer referência à descrição de Hensel (Archiv f. Naturg. XXXVI, p. 80, 1870), que em tudo considero estar de acordo com a forma coletada por Krøyer, à exceção de pequenos detalhes que facilmente podem ser atribuídos a variação individual. Como Hensel também menciona o peixe como desdentado no maxilar, é de se pensar que esses dentes tenham sido contados junto com os do intermaxilar, já que não percebeu que o sexto dente, na realidade, está no maxilar. Seu maior exemplar do Guaíba, perto de Porto Alegre, é, no mínimo,  1/2 polegada maior que o maior exemplar do Museu, vindo do Rio da Prata; a espécie fica, portanto, não pouco maior que aquela forma oriunda do Rio das Velhas, de acordo com D'Orbigny (Valenciennes, loc. cit.), mais que o dobro do tamanho.

Entre os 7 exemplares de T. rutilus trazidos pelo Prof. Krøyer, havia também um pequeno exemplar (13/4´´ de comprimento) de uma forma com somente 20 raios na nadadeira anal (3+17), 10 (2+8) raios na nadadeira dorsal e 39-40:${{5}\over{6}}$ escamas e, ainda, não menos que 3 pequenos dentes em cada osso do maxilar. Trata-se, claramente, da espécie que Steindachner (loc. cit.) considera ser o verdadeiro T. fasciatus (Cuv.) e descreve e retrata (prancha III, fig. 1) sob este nome. Eu a tenho indicada no catálogo do Museu como T. argyreus m.

Quero acrescentar, ainda, que pude comparar T. Cuvieri m. com 4 exemplares de uma forma que considero ser o T. microstoma de Günther. Estes foram trazidos de Cotinguiba, Província de Sergipe, pelo falecido Capitão Hygom. À descrição de Günther eu saberia somente adicionar que a mancha na região escapular é muito nítida em todos os 4, e que neles também faltam dentes no maxilar.

129 De 111 exemplares capturados no lago, 5 possuíam nadadeira adiposa; de outros 128, apenas 8, e somente em 1 desses 13 ela era tão grande como normalmente deveria ser. De 11 e 7 exemplares, respectivamente de cada uma das duas outras localidades mencionadas acima, somente um de cada localidade possuía a nadadeira adiposa (R.).

130 Catalogue of the Fishes in the British Museum. Vol. 5o, p. 332.

131 Zoology of the voyage of H. M. S. ``Beagle'', IV. Fish, pp. 127-128.

132 Girard: ``Contributions to the fauna of Chile'', no ``The U.S. Naval Astronomical Expedition'' de J. M. Gillis, II, p. 45: ``Dentes no maxilar, intermaxilar e no dentário'', etc. e ``dentes no maxilar muito poucos e pequenos''.

133 Proc. Zool. Soc. 1868, p. 245.

134 Proceed. Am. Phil. Soc. 1870, p. 564.

135 loc. cit., p. 566.

136 Como pode haver alguma dúvida em atribuir maior peso à forma dos dentes (como eu penso ser o mais correto), ou ao fato de eles ocorrerem ou não no maxilar, vou aqui notar como eles são descritos nas diferentes espécies: Tetragonopterus interruptus Jenyns ``dentes pequenos multi-cuspidados''; ``dentes muito pequenos; as pontas da borda cortante numerosas (5 ou 6 em cada dente) e aproximadamente iguais''. Chirodon pisciculus Gir. ``Dentes ...dilatados em direção às suas bordas, as quais exibem geralmente 5 pontas agudas''. ``Suas formas são achatadas, dilatadas em direção às suas bordas superiores, as quais são providas geralmente com 5 pontas subcônicas, a do meio sendo a mais longa, com a aparência de um dedo''. Chirodon alburnus Gthr. (Proc. Zool. Soc., 1869, p. 424). ``Dentes escassamente comprimidos, pontudos, com um minúsculo (microscópico) lobo de cada lado; existem cerca de 12 na maxila superior e 18 na inferior''. Odontostilbe fugitiva Cope: ``Dentes ...amplamente espatulados e crenulados, 2 em cada maxilar, 5 em cada pré-maxilar, 6 em cada dentário, os pré-maxilares com 7 cúspides cada um, a mediana mais proeminente''. Aphyocharax pusillus Gthr.: ``Dentes pontudos, os do inter-maxilar, cerca de 7 de cada lado, tendo simplesmente uma ponta: mandíbula com 9 dentes de cada lado; dentes maxilares muito pequenos, ocupando cerca de  2/3 do comprimento do osso''. A. filigerus Cope: ``Dentes pré-maxilares 7 de cada lado, maxilares numerosos, ocupando a maior parte da margem do osso''. Como resultado desse agrupamento comparativo, parece-me que Chirodon alburnus Gthr. deve ser mudado para Aphyocharax. Eu mostrei em outro lugar que Tetragonopterus pulcher de Gill (Trinidad) torna-se a quinta espécie do gênero Chirodon ou Odontostilbe (Videnskab. Medd. fra den naturh. Forening, 1874, p. 236).

137 Devido aos danos parciais dos dentes, o número não é totalmente seguro.

138 Reinhardt relata ``que ela é chamada indevidamente ``piabanha'', cujo nome pertence a um outro peixe que não ocorre no Rio das Velhas''. É claramente o mesmo nome com o qual B. carpophagus, de acordo com Castelnau, é chamado no Rio Sabará; B. Hilarii, de acordo com a mesma fonte, é chamado em Salinas (Salgado?) ``matrinchão''.

139 De acordo com St. Hilaire (Vol. I, p. 238), de ``piri'', junco, e ``pitiunga'', aquilo que tem um mau cheiro; de acordo com Reinhardt, de ``pirá'', peixe, corrompido para ``Pirapitanga''. Filhotes foram trazidos a Reinhardt sob o nome de ``douradinho'', ou ``um pequeno dourado'', ou seja, os peixes eram confundidos com filhotes de Salminus Cuvieri.

140 Ele foi trazido a Reinhardt duas horas antes de sua partida de Lagoa Santa, e, portanto, teve de ser colocado às pressas em um tonel, que foi logo colocado em cima de uma mula, e, apesar de Reinhardt em Lagoa Santa ter retirado as víceras e feito várias incisões na carne, na chegada ao Rio ele encontrou o peixe já parcialmente apodrecido, estado que, na sua viagem até Copenhague, naturalmente progrediu mais ainda.

141 O raio duro rudimentar que cresce junto com o primeiro raio não partido, como de costume, não é contado.

142 Por outro lado, nos dentes não encontro qualquer diferença essencial entre as duas espécies. Cada ramo da maxila inferior pode ter 8-12 dentes na fileira mais externa, os grandes com 6-7 cúspides, os menores com somente uma; na fileira interior, que nos exemplares menores de Brycon Reinhardtii começa antes do quarto dente da fileira exterior, nos exemplares maiores assim como nos B. Lundii antes do sexto ou oitavo, há no mínimo 11-12 dentes além dos dois maiores, que ficam atrás dos mais à frente na fileira exterior. Cada osso do maxilar superior contém cerca de 20 (18-22, se nenhum foi extraído) pequenos dentes com 1-3 cúspides, cada intermaxilar uma fileira externa com cerca de 10 (9-11) e uma interna com cerca de 5 (4-7), com 3-5 cúspides cada uma; mas esta fileira interna continua e bifurca-se na parte da frente da boca novamente em duas fileiras de dentes maiores, 2 ou 3 em cada uma; aqueles na fileira do meio dentre aquelas 3 fileiras da frente possuem 3 cúspides; aqueles na de trás são maiores e possuem nos B. Lundii 5 (4-6) cúspides cada.

143 Portanto é difícil admitir que o exemplar de Natterer de Irisanga possa concordar ``em todos os pontos'' com a descrição de Valenciennes ou com a figura de Castelnau (Kner, Characinen, II, p. 12).

144 À frente deste existe ainda um rudimento extremamente pequeno, mas completamente escondido na pele, de modo que somente é visto ao ser exposto.

145 O delicado raio duro rudimentar não incluído.

146 Kner, loc. cit., p. 60.

147 Esta não está completamente conservada, mas suas pontas não parecem ter sido tão desenvolvidas como no primeiro exemplar descrito.

148 Pode ser oportuno comparar esses números com os de Valenciennes e de Günther:


D. V. A.   L. lat. ${{\rm Dentes}\atop{\rm ~~intermax.~maxil.~~~mandibul.}}$

Valenciennes :
11; 9*; 27;   80;   7, 42, -
Günther : 11; 8; 29;   80, ${{12}\over{10}}$; -, 34-36, -
Maior exemplar de Rhdt., Rio d. Velhas : 10 (2.8); 8; 29 (3.26);   78, ${{13}\over{10}}$; 6; 33-36, 24-26.
Menor exemplar de Rhdt., Rio d. Velhas : 11 (2.9); 8; 28 (3.25); c. 80, ${{13}\over{10{-}11}}$; 6; 28-32, 22-24.
Pele de Rhdt., Rio São Fancisco : 11 (2.9).   28 ou 29? c. 78, ${{12}\over{10}}$ 6; 32-34, c. 22.
Em algumas cabeças e maxilas isoladas,    
    razão pela qual não se sabe se pertencem a S. Cuvieri ou a S. Hilarii 6-8, 30-41, 24-32.

* O raio duro rudimentar foi contado.        

149 Não concorda muito bem que o comprimento da cabeça, segundo Günther, seja menor que um quarto do comprimento total (sem a nadadeira caudal), e que o início da nadadeira dorsal se situe quase no meio da distância entre a ponta do focinho e a raiz da nadadeira caudal. Valenciennes diz que a nadadeira dorsal tem a altura igual ao dobro de seu comprimento, a nadadeira anal, ao contrário, o comprimento igual ao dobro de sua altura, e o lobo do meio da cauda é quase tão longo quanto os outros dois, afirmações que eu considero muito fortes. Outras imprecisões, por exemplo, na descrição dos ossos dos arcos orbitais (onde os dois primeiros são descritos como um único e o último, ao contrário, como dois), vou ignorar, e considero completamente desnecessário comunicar uma nova e completa descrição da espécie. Apesar disso, vou suprir a descrição de Valenciennes com a seguinte passagem da detalhada descrição escrita de próprio punho por Reinhardt, porque as proporções mencionadas não foram anteriormente descritas para Salminus:

``O lado côncavo dos arcos branquiais sustenta espinhos ósseos chatos, que são maiores no arco externo onde alcançam um comprimento em torno de 7mm; nos dois primeiros arcos formam somente uma fileira do lado externo, ao passo que o lado interno é completamente liso; no terceiro e no quarto arcos branquiais encontram-se, ao contrário, duas filas de tais espinhos, uma de cada lado, embora no quarto os espinhos sejam quase rudimentares. Os dentes dos ossos da faringe são muito pequenos, em forma de cone, um pouco curvados na ponta; em cada um dos primeiros ossos superiores da faringe eles formam um pequeno grupo, nos de trás uma grande lâmina oval de dentes, que é somente um pouco menor que esse grupo no osso inferior da faringe''.

150 A nadadeira caudal neste exemplar está muito danificada.

151  Segundo Günther  . . . . . . : D.:11;V.:8;A.:25.L.lat.69,  ${{10}\over{8}}$ Dentes: máx. 37.
       Segundo Valenciennes. . .: D.:10;V.:9;A.:23.L.lat.68, e ele descreve a cauda como muito profundamente bifurcada; o número nas nadadeiras ventrais discrepa certamente do de Günther somente pelo fato de o raio duro rudimentar ter sido contado.

152 NT: Veja nota 33.

153 Quando Valenciennes diz que este peixe ``perto do Rio de Janeiro na Província de Minas Gerais'' se chama ``barro (deve ser ``barra'') de Jiquitibá'', isso é claramente uma confusão do nome do lugar onde Ménétriés obteve o peixe com seu nome comum.

154 Um exemplar jovem de um Salminus do Rio da Prata tem cerca de 100 escamas na linha lateral, 18 acima e 15 abaixo desta na parte anterior do corpo; o segundo dente da maxila inferior é também aqui grande, o que não é referido na descrição de Cuvier nem é sugerido pela figura de Müller e Troschel com respeito aos dentes de S. brevidens (Horæ ichthyologicæ, I & II, prancha VIII, fig. 3).

155 NT: Veja nota 17.

156 O raio rudimentar duro e externo não incluído.

157 Todos os exemplares maiores do Museu são fêmeas.

158 ``O maior indivíduo conservado nas coleções do Museu mede aproximadamente 17 polegadas de comprimento. Ele foi trazido do Rio São Francisco por M. Aug. de S. Hillaire e foi com base nele que M. Cuvier forneceu a figura de seu Piraya.'' (Val. loc. cit. p. 293).

159 Esta característica altamente peculiar, que também se encontra em Myletes e em alguns Siluridæ, já é mostrada na figura de Spix e mencionada nas descrições de Agassiz e Valenciennes. Kner (loc. cit. p. 36) dá o número de raios como sendo 3 ou 4 e acredita que sua presença é certamente uma característica da espécie, ao que se deve acrecentar que o fato de aqui termos encontrado somente 1 raio no exemplar um pouco menor poderia indicar que naqueles ainda mais jovens os raios poderiam faltar completamente, ainda que Valenciennes diga que eles se encontram em todos os seus seis exemplares que eram ``de todos os tamanhos''.

160 Cuvier os descreve corretamente como ``muito pouco salientes, obtusos e algo espalhados'', mas retrata-os como sendo muito agudos, salientes e nítidos.

161 Denominado em homenagem ao fiel colaborador do Dr. P. W. Lund, o norueguês P. A. Brandt, com quem morava em Lagoa Santa.

162 O exemplar de Spix no Museu de Munique tinha somente 7´´ de comprimento, ou seja, era bastante pequeno, talvez um filhote; mesmo assim o artigo de Valenciennes sobre ``Le Serrasalme doré (Serrasalmo aureus Spix)'' começa com as palavras: ``a Amazônia possui uma grande espécie de S. que Spix tornou conhecida''. Spix também não afirma que se origina do Rio Amazonas, mas fala algo mais indefinido ``nos rios e lagos equatoriais brasileiros''. As palavras de Valenciennes levam mais a crer que seus exemplares (dos quais o maior tinha 13 polegadas de comprimento), trazidos por Castelnau, St. Hilaire e outros, eram todos do Rio Amazonas, o que Castelnau também menciona em seu trabalho da viagem; mas com respeito aos exemplares de St. Hilaire, este não pode, de qualquer modo, ser o caso, e como os demais peixes deste viajante em geral são do Rio São Francisco, fica fácil supor o mesmo do seu provável ``S. aureus''. Se as palavras de Valenciennes no alto da p. 284 forem compreendidas desse modo, que a nadadeira adiposa nos S. aureus é completamente coberta com escamas, esta não poderia ser a espécie sob consideração.

163 Este desenho falta, porém, em um exemplar alevino (10´´ de comprimento). Quero ainda salientar que este pequeno exemplar é, relativamente, o mais alongado de todos, uma vez que a relação da altura com o comprimento é 1:2 1/4.

164 Günther não se pronuncia diretamente sobre a questão levantada, mas divide o gênero Myletes em dois grupos, um correspondente a Myletes M. Tr., com um intervalo entre as duas fileiras de dentes do intermaxilar, o outro correspondente a Myletes M. Tr. [e Tometes Val.], sem o tal intervalo. Pode-se com isso concluir que ele não encontrou confirmação para a diferença entre sexos. Quero, ainda, salientar que M. macropomus é descrito por Valenciennes como possuindo 7 (6) dentes na fileira interna da maxila inferior; Kner encontrou somente 2 como nos outros Myletes e considera que os demais caíram por acaso ou devido à idade. Depois que examinei alguns jovens de Myletes e também encontrei somente 2, não posso senão pensar que esta suposição é muito temerária e estaria mais inclinado a acreditar que Myletes macropomus Val. pertence a um gênero diferente daquele que Kner examinou.

165 Sobre a bexiga natatória na família Gymnotini. (Videnskab. Meddel fra den naturhist. Forening, 1852, pp. 147-148; Archiv für Naturgeschichte, XXer Jahrg., vol. 1 (1854), pp. 180-184.

166 Kaup: ``Catalogue of Apodal Fishes in the British Museum'', 1856, pp. 126-137.

167 ``Die Gymnotidæ des k. k. Hof-Naturaliencabinetes zu Wien'', (Sitzungsberichte der k. k. Akad. d. Wissensch. Wien. vol. LVIII; 1868).

168 Catal. VIII (1870).

169 ``Videnskabelige Meddelelser fra den naturhistoriske Forening'' 1849, pp. 36-30 e 1854, pp. 108-112.

170 Aqui é de se notar que o último raio completamente dividido das nadadeiras anal e dorsal sempre é contado como 2, e também que eu não incluí os curtos raios de sustentação da nadadeira caudal, cujo número não podia constatar sem danificar demais os exemplares, e cuja variação em número seria, além disso, destituída de significado. O dado mais importante é que o número de raios bifurcados da nadadeira caudal em ambas as formas é o mesmo.

171 A cor de P. Lundii fresco é descrita por Reinhardt do seguinte modo: ``ele é, ao longo do dorso, cinza-prateado claro e na parte superior do corpo branco-prateado puro; do alto do dorso estendem-se algumas faixas acinzentadas, quase imperceptíveis, até um pouco abaixo nos lados em direção inclinada. Os raios da primeira nadadeira dorsal têm brilho prateado, a pele entre eles é acinzentada com um salpicado ou pequenas manchas irregulares; na segunda nadadeira dorsal, ao contrário, os próprios raios são manchados de preto e a nadadeira possui, além disso, uma borda preta em cima. A nadadeira caudal é amarela com borda negra, a nadadeira anal e as nadadeiras pares são branco-amareladas. A córnea é de cor prateada, aqui e ali jogando com um reflexo dourado''. Sobre P. corvina: ``o peixe fresco possui um brilho prateado, que no alto do dorso assume um reflexo verde-acinzentado e na superfície da testa torna-se violeta; ao longo do dorso cada escama é adornada com um risco acinzentado, que produz listras cinzentas muito finas, que se estendem em direção inclinada para baixo em direção à linha lateral; em ambas as nadadeiras dorsais, a pele que une os raios é adornada com pequenas manchas pretas irregulares. As nadadeiras ventrais, peitorais e anal são amarelo-alaranjadas, cuja cor é viva principalmente nas nadadeiras ventrais e anal''.

172 ``Selecta genera et species piscium'' etc. p. 128, prancha 71.

173 Reinhardt mostrou que a ``gorubina'' (Nota do Autor: curvina), que na viagem de Spix e Martius (II, pp. 536 & 558) se menciona como observada e capturada no Rio São Francisco perto de Salgado, não pode ser outra senão P. squamipennis Cuv.

174 Cat. Acanthopt. Fishes Brit. Mus. II, p. 281.

175 Steindachner, ``Beiträge zur Kenntniss der Sciænoiden Brasiliens und der Cyprinoiden Mexikos'', p. 10, tomo III (Sitzungsber. d. Akad. Wiss. Wien, XLVIII, 1863).

176 ``Ichthyologische Mittheilungen''. VII, p. 9 (231). (Verhandl. d. K. K. zool. bot. Ges. Wien. 1864).

177 Catalogue of Acanthopterygian Fishes in the Brit. Museum, II, 1860, p. 282.

178 Os autores caracterizaram também o gênero de formas diferentes, de acordo com o tipo que tinham em mãos; Agassiz (loc. cit.) da seguinte forma ``boca direcionada de baixo para cima'', Steindachner, ao contrário (loc. cit., p. 3), ``a boca inferior, a maxila inferior recolhida sob o intermaxilar''.

179 Achei suficiente fazer breve menção a algumas espécies conhecidas anteriormente, de modo a enumerar principalmente aqueles caracteres que diferem de descrições anteriores ou que os ictiólogos não anotaram. Os caracteres essenciais das espécies já anteriormente descritas pelo Professor Reinhardt foram extraídos dos escritos deste celebérrimo autor, e são assinalados mediante um ``(R.)''.

180 Até à margem posterior do opérculo.

181 Exceto os raios anteriores superiores e inferiores rudimentares.

182 Exceto os raios anteriores superiores e inferiores rudimentares.

183 Até o fim do processo parietal em Hypostomatina.

184 NT: ``caracteres emendados ou corrigidos'', significando alteração dos caracteres que definem o gênero (o taxon).

185 Citei como dois o último raio da nadadeira dorsal e da anal, quando é fendido até à base; não encontrei motivo para citar assim o externo da ventral, pois é apenas rudimentar.

186 Último raio da anal e da dorsal fendidos.

187 Rheos (do grego) = correnteza; filia (do grego) = afinidade.