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17. Pseudorhamdia lateristriga (Müll. Tr.)

Pimelodus lateristriga M. Tr., Horæ Ichth. III, p. 3; Günther Cat. V, p. 118.

Este bagre, que vive no Rio das Velhas e que os brasileiros chamam de ``xué (chué)'' ou ``lambari'', corresponde perfeitamente à descrição feita em ``Horæ Ichthyologicæ'' de um peixe enviado por Olfers - provavelmente do sul do Brasil - para o Museu de Berlim. Também Hensel obteve, perto de Porto Alegre, no sul do Brasil, 5 exemplares de um peixe, que ``se assemelha muito ao exemplar original de P.lateristriga'', embora a listra lateral escura em todos os 5 fosse pouco evidente75. Além disso, Cope obteve do Rio Ambyacu76(que se diz desaguar no Maranhão, perto de Pebas, no Equador oriental) uma espécie que ele denomina P.lateristriga, mas que, segundo ele, se desvia um pouco da descrição de Günther por ter barbilhões mais compridos (os da maxila superior alcançam três quartos do comprimento da nadadeira adiposa, os da maxila inferior até a ponta dos raios externos das nadadeiras peitorais), e por ter um raio a menos nas nadadeiras dorsal e anal (D: 1.6; A: 11). Devido à grande distância geográfica há, portanto, razão para supor que a espécie que vive no Rio Ambyacu é diferente das que vivem no Rio das Velhas e no sul do Brasil. Sobre essa espécie Reinhardt comenta que ``a ponta do espinho da nadadeira dorsal causa ferimentos muito dolorosos; o local ferido incha-se como se fosse picado por uma vespa''.

É necessário fazer algumas anotações à descrição feita em ``Horæ Ichthylogicæ'': existem exemplares em que o raio duro da nadadeira dorsal não tem qualquer serrilha na parte da frente, mas esta, ao contrário, frequentemente possui uma serrilha mais ou menos nítida

\begin{figure}\noindent{\epsfxsize =\hsize\epsfbox{PEIXE7.PS}}\end{figure}

na parte de trás; as pontas das nadadeiras ventrais alcançam em geral até abaixo do início da nadadeira adiposa, ao passo que a ponta da nadadeira anal não alcança o fim da mesma. Os barbilhões também são normalmente um pouquinho maiores do que é relatado pelos ictiólogos de Berlim. À descrição de Günther devo acrescentar que o comprimento da cabeça é um pouco maior que um quinto do comprimento total (sem nadadeira caudal) e o fino, porém rígido e perfurante, raio duro da dorsal está mais próximo de dois terços que de três quartos do comprimento da cabeça, mas ele é menor que o raio duro da nadadeira peitoral, que é um pouco mais largo e curvo; Günther não menciona que este último, na parte de trás, somente é serrilhado na sua metade basal; à frente é fracamente ondulado na sua parte basal e fortemente serrilhado na distal. A nadadeira dorsal não tem qualquer ``faixa transversal branca'', mas é totalmente clara. Aqui será ainda necessário adicionar apenas que a cabeça é completamente coberta com uma pele fina e macia, que também cobre os ossos lisos e pontudos do processo escapular; e que a nadadeira dorsal, cujo comprimento não ultrapassa a parte ossificada do raio duro, é tão alta que, frequentemente, quando abaixada, alcança completamente até a nadadeira adiposa que, no mínimo, tem o dobro do tamanho das nadadeiras dorsal e anal. O focinho é afilado, a boca de tamanho médio, as faixas de dentes das maxilas nada têm de excepcional, quanto a serem largas ou estreitas demais. Os machos diferenciam-se externamente das fêmeas por uma papila genital bastante longa e fina. O tamanho alcança 5 1/2 polegadas. O número de raios que encontrei é um pouco diferente do que encontraram meus antecessores: A: 7 (1.6); P: 10 (1.9); V: 6; A: 13 (4.9). A cor é (nos peixes conservados em álcool) marrom-chocolate mais claro ou mais escuro, estando presente a listra lateral escura mencionada pelos autores anteriores. Reinhardt descreve a cor do animal vivo do seguinte modo: ``o peixe é como se fosse metade de um prateado brilhante, tendendo para o acinzentado no alto do dorso; as nadadeiras são branco-acinzentadas, claras, a superfície do ventre e os lados iridiscentes em certas direções; a íris é prateada, mas uma mancha cinza, quase preta, estende-se por sua metade superior, às vezes também por parte da metade inferior; em volta da pupila existe ainda um estreito anel prateado''.

``Num exemplar examinado no dia 7 de fevereiro, os ovários estavam grandes e as ovas branco-acinzentadas; nos capturados em 13 de fevereiro, os ovários estavam ainda mais intumescidos e as ovas amarelas como gema de ovo'' (R.). Uma fêmea de 4 polegadas de comprimento já contém óvulos bem desenvolvidos.


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Luiz Paulo Ribeiro Vaz 2002-05-21