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18. Pseudorhamdia vittata (Kr.)

Pimelodus vittatus Krøyer (in sched.)

Em parte em alguns pequenos lagos e riachos (Sumidouro, Quebra) que derramam suas águas no Rio das Velhas, em parte (apenas um único exemplar) nesse mesmo rio (mas não na Lagoa Santa, apesar de esta ficar a apenas algumas ``léguas'' do lago Sumidouro), Reinhardt conseguiu alguns exemplares (14) desta pequena espécie - nenhum deles maior que 3 1/2 polegadas da ponta do focinho ao fim do lobo superior mais longo da nadadeira caudal profundamente bifurcada - que possui desenho característico, como a espécie anterior (ou seja uma linha ou listra estreita escura sobre um fundo claro, que começa mais larga à frente ou atrás dos olhos e continua paralela à linha lateral) e em tudo é próxima desta, tão próxima que é difícil apontar diferenças características entre elas. No Brasil é chamada, às vezes ``choralambre'', às vezes ``chué'' (como a anterior).

 

\begin{figure}\hfill{\epsfxsize =.51\hsize\epsfbox{3.ps}}\end{figure}


Descrição: Enquanto P.lateristriga é espécie bastante alongada, cuja maior altura é contida 8 vezes no comprimento total, P. vittata possui um corpo relativamente mais curto; sua maior altura é somente um sexto a um sétimo do comprimento total; mas como esse encurtamento é bem distribuído pelo corpo e cabeça, a relação entre o comprimento da cabeça e o total não é muito alterada: em P.lateristriga 1:6 ou 1:5 1/2 (nos mais jovens), em P.vittata 1:5. A largura da cabeça (acima da abertura branquial) é, em ambos, aproximadamente dois terços do seu comprimento; o diâmetro dos olhos é um quarto desse comprimento e é contido 1 1/2 vez na distância entre eles (enquanto em P.lateristriga é igual ou, nos jovens, maior que esta); o olho fica igualmente distante da fenda branquial e da ponta do focinho; as narinas posteriores, a meio caminho entre as anteriores e os olhos. Toda a cabeça é coberta com uma pele macia; o estreito processo occipital alcança o pequeno escudo pré-dorsal; o processo escapular é estreito e pontudo e alcança até a metade do raio duro da nadadeira peitoral. A largura da boca é aproximadamente igual à da testa (entre os olhos). Os barbilhões superiores alcançam, ou ultrapassam, a ponta das nadadeiras ventrais; o par seguinte, um pouco além da nadadeira peitoral; ou seja, os superiores são, portanto, mais curtos que os de P.lateristriga mais jovens que possuímos. O raio duro da nadadeira dorsal é fino, mas pontudo e rígido, com leves traços de irregularidades atrás e uma serrilha na parte anterior, mais próximo à ponta; seu comprimento é a metade do da cabeça ou um pouco maior (três quintos) e quase igual ao das nadadeiras peitorais; (em P.lateristriga ambos são relativamente mais longos, aproximadamente três quartos do comprimento da cabeça). Como na espécie mencionada, o raio duro das nadadeiras peitorais é fortemente constituído, possui à frente, junto à base, algumas indentações pouco nítidas e irregulares, alguns dentes bem distintos em direção à ponta, e um forte serrilhado na parte de trás, até um pouco além da metade. Abaixada, a nadadeira dorsal alcança a nadadeira adiposa, cujo comprimento é maior que o dobro do das nadadeiras dorsal e anal; mas a distância entre as nadadeiras ventrais e a ponta das nadadeiras peitorais, que é pequena em P.lateristriga, é grande nesta espécie, e o mesmo se pode dizer sobre a distância entre a nadadeira anal e a ponta das nadadeiras ventrais. Número de raios: D.: 7 (1.6); P.: 10 (1.9); V.: 6; A.: 12-13 (4.8-9).

Como se verá, pode-se apontar uma série de não poucas diferenças entre os Pimelodina com duas listras do Rio das Velhas; mas há que se reconhecer que a maioria das diferenças não são tão grandes ou de outro tipo que não possam ser consideradas diferenças de idade, tanto assim que casos similares podem ser encontrados em outros peixes semelhantes, alguns deles ainda (se bem que em menor grau) entre os exemplares mais velhos e os mais novos da espécie maior; a possibilidade de que P.vittata possa ser a forma jovem de P. lateristriga não pode ser negada definitivamente, enquanto não tivermos exemplares deste último com 3-3 1/2 polegadas de comprimento. Nesse aspecto, Reinhardt registra expressamente em suas anotações - e se isso se refere à experiência própria ou ao relato de pescadores, não se pode deixar de dar algum peso - que o ``choralambre'' não fica maior que os exemplares por ele coletados, e minha avaliação vai também no sentido de que a pequena P.vittata não é a forma jovem de P. lateristriga. O exame do aparelho sexual não solucionou a dúvida; em nenhuma das fêmeas de P.vittata encontrei óvulos tão grandes ou desenvolvidos, que pelo seu amadurecimento eu ousasse procurar uma prova segura do sexo do peixe; e só excepcionalmente a papila genital do macho é suficientemente alongada e desenvolvida para que o sexo possa ser identificado com segurança sem abrir o ventre. Devo, portanto, recomendar que esse ponto ainda duvidoso seja verificado por futuros viajantes nessa parte do Brasil.



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Luiz Paulo Ribeiro Vaz 2002-05-21