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II. Characini




Desta família - incluindo os Erythrinina sem nadadeira adiposa - conhecem-se previamente (sem as 4 espécies85 que o Prof. Reinhardt trouxe e que já foram descritas) 20 espécies nominais da bacia do Rio São Francisco, número este que, entretanto, após uma redução de algumas espécies duvidosas, pode chegar a cerca de 15. Reinhardt trouxe do Rio das Velhas, ou de pequenos lagos e riachos em sua região, o total de 26 espécies desta família (algumas também do Rio São Francisco), e uma 27a só deste rio; destas, 20 são descritas como novas, em parte nas páginas seguintes, em parte em trabalhos anteriores do Prof. Reinhardt, o que é, para a maioria delas, inteiramente válido; uma 21a foi anteriormente descrita, mas não de Minas Gerais; desde que sejam novas todas as 20, Reinhardt redescobriu então cerca da metade86 das espécies anteriormente conhecidas desse sistema fluvial, e o número total de espécies que agora se conhece do Rio São Francisco e dos seus afluentes e lagos chega, desse modo, a cerca de 35; mas não é impossível que uma redução venha a ocorrer, já que algumas das formas relatadas podem mostrar-se sinônimas, apesar de que, com base no que se conhece no momento, ainda não se ouse declará-las como tal, e que o número total de Characini conhecidos, na realidade, mostre não passar de 30. Dos novos gêneros relaciono somente um (Leporellus) - cuja descrição talvez ainda venha a ser descartada - além de dois outros já relacionados pelo Prof. Reinhardt (Characidium e Piabina). Deve-se salientar que a comprovação da existência de espécies dos gêneros Curimatus, Parodon, Chirodon, Cynopotamus e Xiphorhamphus nessas águas é de interesse geral. No que concerne à América do Sul, todos os grupos maiores de Characini87 estão em geral representados, mas de uma forma muito desigual; o grande grupo dos Tetragonopterus com 10 espécies, os Anostomina com 6, o grupo dos Hydrocyon com 4, os Serrassalmonina com 4, os Curimatina com 3, os Erythrinina com 2. Algumas das 27 espécies que Reinhardt trouxe não são encontradas no rio (das Velhas) e certamente não ocorrem ali, mas somente na lagoa (Lagoa Santa88) ou nos riachos que deságuam tanto nela como no rio89; mas existem, por outro lado, muitos Characini que não sobem até a lagoa. Sabe-se que somente uns poucos dos Characini do vale do Rio das Velhas ocorrem fora da bacia do Rio São Francisco; destaca-se nesse aspecto Leporellus pictus, que também parece ocorrer no Mato Grosso, Macrodon trahira, que se espalha por uma grande parte da América do Sul, e Serrasalmo (Pygocentrus) piraya, que parece ser o mesmo caso, embora em menor grau. Considero provável que, com o decorrer do tempo, se venha a mostrar que mais alguns dos Characini desse sistema fluvial possuem distribuição geográfica mais ampla do que se acredita; porque - como já se verá pelas dúvidas sobre diferentes espécies, as quais eu não pude omitir - as informações sobre as espécies desta família estão muito aquém do desejável; as espécies são muito freqüentemente descritas com base em material incompleto ou demasiadadamente pobre, em exemplares em mau estado ou jovens, e os resultados nunca aparecem com clareza e nitidez como, por exemplo, na família dos bagres. Portanto, com respeito à presente família, tenho motivos para dizer que, apesar de reconhecer que, pela qualidade do material, se teve muita sorte, e que é justificável esperar que neste trabalho se dará um passo na direção correta, devo também merecer uma certa indulgência, tendo em vista a qualidade de alguns dos trabalhos anteriores nos quais fui obrigado a me apoiar, na falta de algo melhor.




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Luiz Paulo Ribeiro Vaz 2002-05-21