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12. Tetragonopterus gracilis Rhdt.

(prancha V, fig. 16.)

O Prof. Reihardt trouxe desta pequena espécie uma grande quantidade de exemplares, dos quais nenhum com mais de 40 mm ou, aproximadamente, 1 1/2 polegada de comprimento, a ponta da nadadeira caudal incluída. O Dr. Lund, nesse meio tempo, enviou um exemplar que tinha 43 mm e outro com 50 mm de comprimento; ``mas é apenas um, em vários milhares de exemplares, que alcança este tamanho; é pescado com anzol e este é o único exemplar desse tamanho que já foi pescado''. O peixe se chama no Brasil ``piabinha-branca'' e não é conhecido fora do lago Lagoa Santa.

A forma do corpo é especialmente alongada; a altura é contida 3 1/4 -4 vezes no comprimento total (calculado do modo usual), o comprimento da cabeça 4 vezes; o diâmetro dos olhos é quase a metade do comprimento desta última, mas algo maior que a largura da testa, às vezes quase o dobro desta. O início da nadadeira dorsal fica igualmente distante da ponta do focinho e da raiz da fortemente bifurcada nadadeira caudal e um pouco atrás do suporte das nadadeiras ventrais; o início da nadadeira anal, ao contrário, situa-se na mesma linha vertical traçada do último raio da nadadeira dorsal. As nadadeiras peitorais alcançam até as nadadeiras ventrais. A altura da nadadeira dorsal é igual ou um pouco maior que sua distância da nadadeira adiposa e igual ao dobro do seu próprio comprimento; também a nadadeira anal é alta na frente, mas não tão alta como a nadadeira dorsal. O segundo dente a partir do meio da maxila inferior é um pouco menor que seus vizinhos, o que, talvez, seja ainda mais nítido aqui que nas espécies maiores. Os quatro grandes dentes da maxila inferior possuem cada um 5 cúspides, os menores apenas uma, com exceção do situado mais à frente deles, que faz uma transição para os maiores; os dentes mais à frente do osso intermaxilar, 3-4 de cada lado, possuem normalmente 3 cúspides, os da outra série de 3 a 5. As escamas são grandes; existem mais freqüentemente 2-3, no máximo 6-7 estrias sulcadas em cada uma delas, e seu número ao longo do comprimento é 32 ou 33, das quais porém somente as anteriores 6, 9 ou 12 comportam a linha lateral, existindo 5 fileiras acima e 4 abaixo desta, na parte anterior do corpo, além das ímpares. Número de raios: D.: 2.9; V.: 8; A.: 3-4 + 18-20. Nos exemplares conservados, o dorso tem cor marrom-amarela fraca com faixa escura na linha dorsal, os lados e o ventre, ao contrário, têm em sua maior parte um forte brilho prateado, e esta parte de escamas branco-prateadas é separada da parte dorsal de cor fraca por uma nítida, mas extremamente fina linha cinza-prateada. A cor no peixe vivo é descrita do seguinte modo: ``dorso esverdeado, lado do ventre prateado-brilhante, íris cor de prata; na água algumas nadadeiras, que se mostram acinzentadas quando o peixe é retirado da água, são ricamente coloridas, especialmente a nadadeira caudal cuja raiz é de um pálido vermelho-cinábrio e enegrecida em direção à sua borda, embora ainda adornada com uma borda branco-leitosa, muito fina, que fica um pouco mais larga em ambos os cantos da nadadeira; às vezes, a cor avermelhada na raiz é mais pálida, às vezes mais forte, às vezes mais amarelada; exatamente no limite da cauda com a nadadeira caudal encontra-se uma mancha preta. A nadadeira dorsal é, do mesmo modo, de tom vermelho-cinábrio, embora mais pálida na raiz que a nadadeira caudal, branco-leitosa ao longo de sua borda frontal, assim como na ponta; em direção à sua borda superior aparecem fracos reflexos enegrecidos. A nadadeira anal tem reflexo amarelado quase imperceptível na raiz e sua margem frontal é adornada por uma estreita borda branco-leitosa, que se torna mais larga na ponta. As nadadeiras peitorais e ventrais são totalmente transparentes. Ao longo do lado do corpo, no limite entre as partes esverdeada e prateada, encontra-se uma listra prateada (às vezes com reflexo fracamente dourado), que é notável principalmente na metade posterior do corpo e mais brilhante que o lado do ventre''.

Ao comparar a ``piabinha-branca'' com jovens do Tetragonopterus lacustris de igual tamanho, Reinhardt encontrou, além das diferenças de forma (a ``piabinha'' é mais alongada, tem olhos maiores, possui dorso menos curvado, etc.) e de cor (os jovens da ``piaba'' mostram em certas direções uma cor marrom-avermelhada meio suja, possuem uma grande mancha preta na região escapular, e a mancha preta na raiz da nadadeira caudal situa-se mais à frente, um pouco para dentro da cauda, e para trás freqüentemente atinge o entalhe da nadadeira caudal, ao passo que na ``piabinha'' é limitada à própria base da nadadeira e, com freqüência, falta ou no mínimo é quase totalmente apagada), que a ``piabinha'' é mais transparente, tanto que as vísceras são visíveis através da massa muscular do dorso e as costelas são visíveis do exterior. - Freqüentemente, Reinhardt encontrou nas fêmeas grandes ovários de cor verde-sujo, devido aos óvulos transparentes, que são verdes como maçã e relativamente grandes como a cabeça de um alfinete entomológico fino. As fêmeas, cujos óvulos delas extravasavam tão logo eram colocadas em aguardente, foram capturadas no final de janeiro mas, mesmo em exemplares capturados no início de março, encontravam-se ovas; o período de reprodução compreende, portanto, no mínimo todo o mês de fevereiro.



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Luiz Paulo Ribeiro Vaz 2002-06-20