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14. Chirodon piaba Lkt.

Entre uma parte dos exemplares de T. rivularis capturados no ``Ribeirão do Mato'', havia um único exemplar de uma pequena ``piaba'', que somente desvia do gênero Chirodon (Cheirodon), tal qual foi caracterizado por Günther130, por ter no maxilar dois ou três dentes bem desenvolvidos, de formato semelhante àquele dos dentes do osso intermaxilar, enquanto em Chirodon esse osso é considerado como desdentado. Entretanto, deve-se notar aqui que essa falta de dentes no maxilar pode valer, no máximo, para somente uma das espécies pertencentes a este gênero, especificamente Tetragonopterus interruptus de Jenyns originário de Maldonado131, ao passo que informação contrária é ressaltada na descrição de Girard do tipo do gênero, Ch. pisciculus Gir.132, do Chile. Quando se pensa que no gênero vizinho dos Tetragonopterus existem espécies com alguns poucos dentes no maxilar, outras com absolutamente nenhum e ainda outras com fileira de dentes (quase) completa, e que também existem as espécies de Aphyocharax ``com dentes muito pequenos no maxilar, que somente ocupam um terço do comprimento do osso'' (A. pusillus Gthr.)133, e ``com numerosos dentes no maxilar, que ocupam a maior parte de sua borda'' (A. filigerus Cope)134, o mais correto seria não usar essa diferença para uma divisão do gênero Chirodon. Do gênero Odontostilbe de Cope135 , com o qual Chirodon piaba concorda quase perfeitamente com relação aos dentes, este se diferencia pela linha lateral não ser completa como naquele, mas, ao contrário, muito curta, limitada às primeiras escamas. Se não se pode reconhecer a validade desta característica para separar certas espécies (Hemigrammus Gill.) do gênero Tetragonopterus, também não se poderá reconhecer seu peso para separar genericamente Odontostilbe de Chirodon. Será, portanto, necessário unir esses dois gêneros e providenciar a mudança necessária nas características que definem o gênero Chirodon. - Com o gênero Aphyocharax Gill., sobre o qual seu proponente diz que é ``tecnicamente'' diferente do Chirodon apenas pela presença de dentes no maxilar, eu não me preocuparia mais daqui para frente, em virtude da forma diferente dos dentes136. - A denominação escolhida para esta nova espécie deveria lembrar sua semelhança fisionômica com os Tetragonopterus, dos quais os Chirodon se diferem externamente (quer dizer, sem considerar a dentição) por ter uma boca menor.

Chirodon piaba tem um pouco acima de 1 3/4 polegada de comprimento da ponta do focinho até a ponta da cauda. A forma é comprimida com os lados do ventre arredondados; a altura é contida quase 3 vezes no comprimento total da ponta do focinho até o início da nadadeira caudal, o comprimento da cabeça 4 1/3 vezes; o diâmetro dos olhos é mais de um terço do comprimento desta última e igual à largura da testa entre os olhos. O perfil não apresenta qualquer depressão notável entre estes. O início da nadadeira dorsal fica mais ou menos igualmente distante da ponta do focinho e da raiz da nadadeira caudal, mas atrás da base das nadadeiras ventrais; estas não alcançam completamente a nadadeira anal; as nadadeiras peitorais, ao contrário, a nadadeira anal; as nadadeiras peitorais, ao contrário, alcançam as ventrais. A nadadeira caudal é profundamente bifurcada; o comprimento da nadadeira dorsal (na sua base) não é a metade de sua distância até a adiposa. A boca é pequena; existem 5 dentes em cada intermaxilar, 2-3 em cada maxilar, mais próximos do osso do intermaxilar, e 7 (?)137em cada metade da maxila inferior. Os mais próximos do meio são os maiores, e os mais extremos, de cada lado, os menores; em geral a sua forma é essencialmente a mesma, ou seja, comprimidos, com uma borda arredondada e finamente serrilhada; existe, porém, a diferença que nos dentes do intermaxilar as 7-9 cúspides tomam toda a borda da coroa, ao passo que os dentes da maxila inferior (sete dentes) são mais largos e somente serrilhados na sua borda superior quase reta (horizontal). Contam-se 35 escamas ao longo da linha lateral e na sua seqüência (somente as primeiras 9-10 são realmente perfuradas pela linha lateral), 5 fileiras acima e 6 abaixo na parte anterior do corpo, além das ímpares (nas linhas medianas do dorso e do ventre); em geral existem apenas algumas poucas estrias sulcadas (2, 4, no máximo 6-9) em cada escama. A nadadeira dorsal tem 11 (2+9) raios, a nadadeira ventral 8 e a nadadeira anal 23 (3+20). - O brilho prateado dos lados e do ventre é limitado em direção ao dorso por uma faixa cinza-prateada estreita; perto da raiz da nadadeira caudal existe uma grande mancha preta; a mancha da região escapular é, ao contrário, menos nítida. Também o opérculo e o fino anel ósseo debaixo dos olhos são cor de prata.

 

\begin{figure}\noindent{\epsfxsize =.39\hsize\epsfbox{PEIXE11.PS}}\end{figure}













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Luiz Paulo Ribeiro Vaz 2002-06-20