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7. Leporinus Marcgravii Rhdt.

(prancha IV, fig. 9)

É o menor dos Leporinus do Rio das Velhas; os 6 exemplares disponíveis possuem comprimento total de no máximo 4 1/3 polegadas. A altura é insignificantemente maior (1/2 -1mm) ou precisamente igual ao comprimento da cabeça, com a borda de pele da abertura branquial incluída, e ambas são um quarto do comprimento total até a raiz da cauda, onde a cobertura de escamas termina - às vezes um pouco além ou aquém disso. A largura da cabeça é igual à metade de seu comprimento. O olho, que fica bastante no alto dos lados da cabeça e um pouco mais próximo da ponta do focinho que da parte mais distante da borda livre do opérculo, tem um diâmetro que é contido quase 2 vezes no espaço entre os olhos ou 4 1/2 vezes no comprimento da cabeça. O focinho é alto e curvado e não avança à frente da parte inferior da boca; a boca é pequena; a maxila superior e as dobras de suas comissuras terminam abaixo das narinas anteriores, estas possuem a forma comum e situam-se num nível abaixo das posteriores, que aqui se situam bem alto, pouco à frente da linha mediana dos olhos. Como nas espécies anteriores, existem ${{3}\over{4}}$ dentes, os quais em geral são muito pontudos, mas também podem ser arredondados em virtude do desgaste. A nadadeira dorsal tem o seu começo um pouco mais próximo da ponta do focinho que da raiz da nadadeira caudal; a ponta da nadadeira anal abaixada fica distante da nadadeira caudal. A linha lateral é nitidamente marcada e constitui-se de 36-37 escamas; a parte anterior do corpo tem somente 22 fileiras de escamas, 4 acima e 5 abaixo da linha lateral, além das ímpares. As escamas não mostram qualquer escultura notável e somente poucas estrias. O número normal de raios116 é: D.: 12 (2.10); P.: 16; V.: 9; A.: 11 (2.9); C.: 3.17.3; entretanto, por duas vezes encontrei A.: 2.8; uma vez D.: 3.9 (ou seja o terceiro raio não era bifurcado), uma vez D.: 2.9 e uma vez 2:11, ou seja, o último raio da nadadeira dorsal, que normalmente nesta espécie não é tão bifurcado para que seja naturalmente contado como 2, era aqui completamente dividido em dois raios. Geralmente o raio mais anterior das nadadeiras dorsal e anal é, no máximo, a metade do comprimento do segundo, mas pode excepcionalmente ser mais longo, às vezes não muito mais curto que o segundo; encontrei essa proporção na nadadeira dorsal de um exemplar e na anal de dois exemplares. Com relação à constituição interna, esclarece o Prof. Reinhardt ``que encontrou somente oito cecos abaixo da saída do estômago, enquanto o número mínimo que os autores já reportaram até agora para este gênero foi de dez''. - A cor é descrita do seguinte modo: ``no peixe vivo ou recém-morto a superfície da cabeça e o dorso são de cor marrom-esverdeada, que, no dorso, mostra em certas direções um fraco reflexo prateado; descendo pelos lados, a cor do dorso torna-se, pouco a pouco, um branco-prateado puro, que ocupa todo o ventre. Ao longo do corpo, encontram-se três fileiras compridas de manchas cinzas ou negras. Na fileira superior, elas são em número de 8-10 e têm forma arredondada, meio irregular; ao longo do alto do dorso estas se unem mais ou menos completamente com as correspondentes do lado oposto'' (ou mais corretamente, pelo menos na parte verdadeira do dorso, entre a cabeça e a nadadeira dorsal, apresentam uma fileira ímpar de manchas transversais menores) ``e transformam-se assim numa faixa transversal irregular. A fileira intermediária segue a linha lateral e constitui-se de 7 manchas, que são maiores e mais alongadas que aquelas da fileira superior; a de baixo finalmente alinha-se com a raiz da nadadeira peitoral e constitui-se de 4-5 manchas meio apagadas, que são sempre muito mais pálidas que aquelas das duas fileiras de cima e, às vezes, quase invisíveis. Como algo muito característico desta espécie, deve ser ainda salientado que a nadadeira adiposa é de um vermelho-coral vivo, com borda negra, e que uma pequena mancha muito nítida da mesma cor vermelha se encontra de cada lado dos cantos da boca na parte inferior do osso da maxila superior. As nadadeiras são branco-acinzentadas, sem manchas ou faixas, a íris prateada brilhante, aqui e ali manchada de preto e a pupila negro-azulada''.

Os poucos dados que se fornecem na ``Horæ Ichthyologicæ'' sobre M. maculatus M. Tr. da Guiana fazem pensar em uma forma semelhante à descrita aqui, quando se exclui a referência a L. fasciatus, que sugere claramente que L. maculatus deve ser bastante diferente de L. Marcgravii. De acordo com a ilustração que Castelnau forneceu da forma que Valenciennes denominou com o mesmo nome117, pode-se pelo menos considerar a possibilidade de se comparar esta espécie com a que temos.

Pela experiência de Reinhardt, esta espécie tem seu lar somente no Rio das Velhas e seus afluentes, mas não aparece nos pequenos lagos e nas partes de água parada. Não é pescado com freqüência e somente poucas vezes foi trazido a Reinhardt no mês de fevereiro e início do mês de março, período em que os órgãos sexuais ainda não estavam bem desenvolvidos. Assim como as demais espécies pequenas de Leporinus, também recebe o nome ``timboré''.



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Luiz Paulo Ribeiro Vaz 2002-06-20