Tese de Doutorado #326: Pauline Guimarães
Inner disk dynamics of classical T Tauri stars in NGC 2264
Autor: Pauline Telles McGinnis Guimarães
Banca Avaliadora
Sílvia Helena Paixão Alencar (orientadora)
Física - UFMG
Maria Cristina Rabello Soares
Física - UFMG
Luiz Paulo Ribeiro Vaz
Física - UFMG
Jane Cristina Gregório
Hetem - IAG/USP
Adriano Hoth Cerqueira
DF/UESC
Orientadores
Sílvia Helena Paixão Alencar (orientadora)
Departamento de Física - UFMG
Catherine Dougados (coorientadora)
IPAG-Grenoble
Resumo do Trabalho
O aglomerado jovem NGC2264 foi observado com os satélites CoRoT e Spitzer e telescópios no solo como o CFHT e o VLT. Pretendemos aproveitar da riqueza destes dados para investigar a dinâmica da parte interna de discos circum-estelares de estrelas jovens de baixa massa (estrelas T Tauri clássicas – ETTC) e estudar os processos de acreção e ejeção de massa que ali ocorrem. Investigamos ETTCs cuja variabilidade fotométrica é devida à extinção por material do disco interno, representando uma oportunidade de estudarmos a interação entre magnetosfera estelar e esta parte do disco. Analisamos suas curvas de luz simultâneas do CoRoT e do Spitzer, encontrando indícios da presença de grãos maiores que grãos interestelares típicos. Analisamos a variabilidade de velamento e do índice de cor u-r, encontrando em vários casos evidência de manchas quentes associadas a ocultações da fotosfera por material circum-estelar, indicando que as estruturas responsáveis pelas ocultações podem estar localizadas na base de colunas de acreção. Um modelo de ocultação por uma deformação na parte interna do disco, proposto para explicar o comportamento fotométrico da ETTC AA Tau, conseguiu reproduzir os aspectos gerais da maioria das curvas de luz periódicas da nossa amostra, encontrando deformações de altura máxima e extensão azimutal semelhantes àquela que foi encontrada para AA Tau. Atribuímos esta variabilidade a um regime de acreção estável e a variabilidade não-periódica a um regime de acreção instável e vemos que uma transição entre os dois regimes é comum. Estudamos a linha de emissão proibida de [OI] 6300Å, separada em três componentes: uma de alta velocidade (CAV), proveniente de jatos; uma larga de baixa velocidade (CLBV), que parece originar em ventos do disco interno; e uma estreita de baixa velocidade (CEBV), que é possivelmente formada em ventos de fotoevaporação. As luminosidades de todas as componentes da linha de [OI] correlacionam positivamente com a luminosidade estelar e de acreção. ETTCs que sofrem acreção no regime instável apresentam CBV mais largas e CAV mais fortes que aquelas que sofrem acreção no regime estável. Detectamos a CAV apenas entre sistemas com discos internos opticamente espessos. Já a CLBV é encontrada entre alguns sistemas com discos anêmicos e a CEBV é comum entre sistemas com discos internos finos. A CEBV aparentar dominar cada vez mais a emissão de [OI] com a evolução do sistema. Mostramos que propriedades estelares não influenciam fortemente a velocidade de propagação dos jatos, sugerindo ser o disco que controla o lançamento dos mesmos.