Dissertação de Mestrado #698 – Tais Bastani Ribeiro – 29/06/2023

Impacto de metodologias de ensino e gênero na aprendizagem: uso de metodologias ativas em Fundamentos de Eletromagnetismo

Autor: Tais Bastani Ribeiro

Banca Examinadora

Prof. Ubirajara Agero Batista (Orientador)

DF/UFMG

Prof. Elmo Salomão Alves

DF/UFMG

Prof. Luis Gustavo D'Carlos Barbosa

Faculdade de Educação/UFMG

Dra. Juliana Caldeira Brant (Suplente)

DF/UFMG

Orientação

Prof. Ubirajara Agero Batista (Orientador)

DF/UFMG

Resumo do Trabalho

Metodologias ativas de ensino são alternativas à aulas tradicionais, aplicadas com o propósito de melhorar o aprendizado. Pesquisadores estudam o impacto de metodologias ativas no aprendizado conceitual, na retenção de estudantes e no gap de gênero, fenômeno em que mulheres consistentemente têm notas menores que homens em avaliações de física. Dentre as metodologias ativas mais utilizadas no ensino de Física está Peer Instruction (PI), que consiste em atividades preparatórias pré aula e discussões em grupo durante a aula.
O PI é aplicado em uma disciplina de Física básica Universidade Federal de Minas Gerais, e este uso foi adaptado no período de Ensino Remoto Emergencial (ERE), durante a pandemia de COVID-19. Neste trabalho, comparamos o aprendizado conceitual e nota final de estudantes dessa disciplina em metologia tradicional, PI e ERE. Também comparamos aprendizado conceitual e nota final por gênero em cada metodologia. Para isso, aplicamos o teste Brief Electricity and Magnetism Assessment (BEMA) no primeiro e último dia de aula da disciplina, no modelo pré e pós teste, para um total de 1515 estudantes, sendo 353 de aulas tradicionais, 245 de PI e 917 do ERE. Calculamos então, para cada metodologia e gênero, o ganho normalizado médio g e o d de Cohen do BEMA, a distribuição do ganho e da nota final e as comparamos com o método de distribuição relativa.
Na análise de dados, vemos que o aumento relativo no ganho médio dos estudantes com o uso de PI é de 32%. No entanto, não vemos este aumento na nota final. Para o ERE, há um aumento expressivo na nota final comparado com as outras duas metodologias, mas o ganho é similar ao tradicional. Ao separarmos o ganho do ERE por semestre, vemos uma queda a cada período, sendo muito menor no último semestre. Separando por gênero, vemos que há um gap de gênero em todas as metodologias de ensino, e encontramos indícios de que a metodologia ativa pode ter um gap de gênero menor, mas ainda considerável. Em nenhuma das metodologias há diferença da nota final entre gêneros.
No todo, concluímos que o uso de PI melhora o aprendizado conceitual de estudantes, e que o ensino durante o ERE foi menos efetivo ao longo dos semestres. A nota final em uma disciplina não se mostrou um bom parâmetro de comparação de aprendizagem entre grupos diferentes. Por fim, vemos que o uso de PI pode ajudar a reduzir o gap de gênero, mas não de forma expressiva.