Dissertação de Mestrado #637 – Márcia Cristina de Freitas – 11/03/2020

Análise de flares estelares usando as cores do CoRoT

Autor: Márcia Cristina de Freitas

Banca Examinadora

Prof. Marcelo Emílio

Observatório Astronômico/UEPG

Prof. Eduardo Janot Pacheco

Departamento de Astronomia/IAG

Orientação

Profa. Maria Cristina de Assis Rabello Soares (Orientadora)

DF/UFMG

Resumo do Trabalho

Dados de satélite, como CoRoT e Kepler, e recentemente TESS, com alta precisão fotométrica e com curvas de luz com interrupções mínimas ao longo de períodos de meses a anos, tem revolucionado o estudo de atividade estelar. A “flare” é um aumento repentino e momentâneo no brilho da estrela, causado pela liberação de energia devido a reorganização de linhas de campo magnético na superfície da estrela.Vários trabalhos sobre flares estelares observadas em luz branca, usando dados do Kepler tem sido publicados. O CoRot (Convection, Rotation, and planetary Transits), por possuir um telescópio menor, não possui a mesma precisão fotométrica do Kepler. Entretanto, o CoRoT tem a vantagem de ter uma cadência menor que o Kepler. Além de observar em três “canais de cores” distintos (azul, verde e vermelho). Apesar dos intervalos de comprimento de onda usados para a obtenção das curvas de luz cromáticas variarem para cada alvo e sequência observacional, eles nos permitem identificar alter!
ações na temperatura efetiva da estrela observada. Informação esta muito valiosa e única para dados da qualidade do CoRoT. Neste trabalho, foram analisadas mais de 20 estrelas observadas pelo CoRoT. As estrelas analisadas possuem uma clara modulação em sua curva de luz e foi identificado que a maioria delas possuem um excesso de emissão no canal vermelho sobre o azul durante os períodos de fluxo mínimo, indicando a presença de uma mancha fria na sua superfície. Identificamos e analisamos mais de 300 flares. As flares emitem, em geral, três vez mais no canal azul do que no vermelho. Como nas flares solares, não encontramos uma relação entre a amplitude a duração das flares. O perfil clássico de uma flare mostra que a fase de subida (isto é, do aumento rápido de brilho) é, em geral, menor que a fase de descida (diminuição do brilho). De fato, nas estrelas solitárias analisadas, 81% mostram um tempo de subida menor. Entretanto, nas estrelas binárias, encontramos que 44% das flares possuem a fase de subida maior que a de descida. As flares que apresentam o tempo de subida maior do que o de descida, também apresentam a duração total menor e a impulsividade maior. Foi constatado que em cerca de 60% das flares o pico máximo ocorre primeiro no canal azul comparado ao canal vermelho. A cor que atinge primeiro o pico máximo tem um tempo de subida menor e um tempo de descida maior que o da outra cor. Este estudo é de grande importância para o entendimento dos processos físicos envolvidos nas flares estelares, contribuindo também para o entendimento das flares no Sol.