Dissertação de Mestrado #635 – Daniel de Assis Rodrigues – 10/03/2020

Evolução do comportamento social: dinâmica evolutiva dos animais eussociais

Autor: Daniel de Assis Rodrigues

Banca Examinadora

Prof. Lucas Lages Wardil (Orientador)

DF-UFMG

Prof. José Marcos Andrade Figueiredo

DF-UFMG

Prof. Paulo Enrique Cardoso Peixoto

DGEE/UFMG

Orientação

Prof. Lucas Lages Wardil (Orientador)

DF-UFMG

Resumo do Trabalho

Aptidão inclusiva e seleção de parentesco são frequentemente utilizadas para explicar a evolução do comportamento social, principalmente para explicar o altruísmo em sociedades de animais. Entretanto, as limitações associadas a essas teorias nem sempre validam as conclusões pelas quais são lembradas. Tais limitações são especialmente evidenciadas pela formalização da dinâmica evolutiva através dos processos estocásticos associados as populações finitas (processos de Moran). Neste sentido, o presente trabalho teve como primeiro objetivo descrever os conceitos das aptidões sociais, bem como a regra de Hamilton, e analisar suas limitações através de modelos matemáticos da seleção natural padrão. A análise empregada permitiu evidenciar que a aptidão inclusiva é valida somente sob certas condições, como limites de baixa seleção e de baixa mutação, aditividade e condição de população com estrutura especial. Já na abordagem da seleção natural padrão, nenhum desses requisitos são necessários. Para fins de aplicação, é considerado o estudo da eussocialidade, que é uma forma extremamente elaborada de organização social, representando um dos triunfos da sociabilidade altruísta no reino animal. Para tanto, apresentamos os critérios para a definição da eussocialidade e as principais hipóteses para a evolução de tal organização. Dentre as principais hipóteses evolutivas destacam-se a hipótese da haplodiploidia, a hipótese da monogamia ancestral, hipótese ecológica e a hipótese de seleção de grupos. Sendo essas duas últimas as mais promissoras, não somente por evitarem as limitações das aptidões inclusivas, mas também por possibilitarem uma análise simples de população estruturada sujeita a seleção natural. Além disso, o fenômeno da transição de comportamentos sociais primitivos para a eussocialidade, por meio das rotas evolutivas parassocial e subssocial, foi explorado através de duas operações matemáticas construtivas: se-agrupar (S-A) e ficar-junto (F-J). O estudos dessas duas operações de construção possibilitam uma abordagem, através de simulações computacionais, para explorar a seguinte pergunta: qual foi a rota mais provável para a eussocialidade e sob quais condições elas são viáveis?