A criação do Mestrado em Física do Estado Sólido está intimamente ligada às movimentações da Reforma Universitária e ao Novo Estatuto da Universidade, que precedeu a Reforma.
Sem uma infraestrutura de laboratório consistente e com poucos alunos e professores, a criação do Mestrado em Física parecia um movimento ousado, mas o professor Ramayana percebia sua urgência. Foi dele a concepção de uma linha de Física do Estado Sólido, que, à época, não necessitava de muitos recursos. Assim, foi dado o primeiro passo para o desenvolvimento da pesquisa na pós-graduação.
Professor Ramayana e o laboratório de Ressonância Magnética. Imagens do credenciamento do Mestrado em Física, década de 1960. Acervo da Biblioteca da Pós-graduação em Física.
A contribuição do Novo Estatuto da Universidade
Inspirado no modelo universitário norte-americano, o Estatuto alterava a organização administrativa e do ensino na Universidade por meio da extinção do regime de cátedras. Também instituía o vestibular, o sistema de créditos e a criação dos Institutos Centrais. Tais mudanças fortaleceriam a administração central e melhorariam a arrecadação de recursos.
Para o curso de Física, a criação do Instituto Central, um dos frutos do Novo Estatuto, foi decisiva para o desenvolvimento da pós-graduação.
Conforme conta o professor Ramayana Gazzinelli em depoimento ao Projeto Memória, negociações entre o então reitor Aluísio Pimenta e representantes da Fundação Rockefeller garantiram recursos parciais para o Instituto Central de Física que logo foi instalado, temporariamente, no IPR.
Na segunda metade da década de 1960, representantes da Fundação visitaram as dependências do Instituto e tiveram acesso aos projetos em andamento, reconhecendo a latente necessidade de construção de laboratórios para a pesquisa de qualidade.
A estrutura que já existia nessas primeiras instalações vinha de negociações do professor Márcio Moreno Quintão, que articulou acordos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) enquanto a Física ainda fazia parte da Faculdade de Filosofia.
Os recursos foram direcionados à biblioteca, à compra de material de ensino e ao desenvolvimento de um laboratório de pesquisa, investimentos imprescindíveis para a criação do mestrado conforme idealizado por Ramayana Gazinelli.
