DISSERTAÇÃO DE MESTRADO #768 – FERNANDA SILVA DE OLIVEIRA – 10/07/2025

Estrelas T Tauri clássicas (ETTCs) são estrelas jovens de baixa massa (M⋆ < 2 M⊙), com idades estimadas entre 10^6 – 10^7 anos, ainda em processo de formação, e variáveis. Neste trabalho,  analisamos séries temporais de espectros de 54 ETTCs, com variabilidade fotométrica dominada por manchas quentes, pertencentes ao aglomerado jovem NGC 2264 (~3 Myr). Temos como objetivo verificar se estrelas cuja variabilidade é dominada pela acreção poderiam ser a causa da dispersão de ~1−2 dex observada na relação entre taxa de acreção de massa e massa estelar, que ainda não é explicada na literatura.  Inicialmente, removemos toda a contaminação nebular presente nos espectros das estrelas. Em seguida, normalizamos os espectros, e calculamos a taxa de acreção de massa, através do fluxo da linha de missão de Hα. Utilizamos em nossos cálculos a distância média mais atual do aglomerado (722 ±2 pc), obtida com os dados do satélite Gaia. Nossos resultados apontaram para uma variabilidade média da taxa de acreção de massa de 0,4 dex em escala de dias, com apenas 7,4% de nossas estrelas possuindo uma variabilidade maior do que 1 dex em escala de dias, dentro do limite da dispersão da taxa de acreção de massa em função da massa levantada pela literatura. Ao compararmos os resultados obtidos com a nossa amostra, constituída por estrelas cuja variabilidade é dominada pela acreção, com amostras de ETTCs em outros trabalhos da literatura que apresentam variabilidades por diversos processos (acreção, ocultação por poeira, manchas frias), verificamos que a porcentagem de estrelas com alta variabilidade é maior na nossa amostra. Esse resultado indica que, apesar da variabilidade do processo de acreção não explicar toda a dispersão de taxa de acreção de massa por massa observada, podemos dizer que ela tem uma contribuição importante nesta dispersão.

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