DEFESA DE TESE DE DOUTORADO #449 – ALESSANDRA CHIOQUETTA – 23/10/2025
"Estabilidade de cicatrizes quânticas de muitos corpos no modelo PXP"
Autor: Alessandra Chioquetta
Banca Examinadora
Prof. Raphael Campos Drumond (Orientador)
DMAT/UFMG
Profa. Maria Carolina de Oliveira Aguiar
DF/UFMG
Prof. Ronald Dickman
DF/UFMG
Prof. Leonardo Teixeira Neves
DF/UFMG
Prof. Diogo de Oliveira Soares Pinto
FCI-USP-São Carlos
Prof. Lucas Chibebe Céleri
Instituto de Física/UFG
Prof. Lucas Nicolao (Suplente)
UFSC
Orientação
Prof. Raphael Campos Drumond (Orientador)
DMAT/UFMG
Resumo do Trabalho
As cicatrizes quânticas de muitos corpos (QMBS) surgiram como uma exceção à Hipótese de Termalização por Autovalores (Eigenstate Thermalization Hypothesis – ETH), oferecendo um mecanismo inesperado de quebra de falha da ergodicidade em sistemas não integráveis. Esta tese apresenta um estudo abrangente da estabilidade dos QMBS no modelo PXP, que descreve de forma eficaz a dinâmica de cadeias de átomos de Rydberg sujeitas a restrições cinéticas. Investigamos sistematicamente o impacto de defeitos no estado inicial e de perturbações na Hamiltoniana sobre a dinâmica com cicatrizes. Modificações controladas no estado inicial, incluindo inversões de spin localizadas que preservam ou violam a Restrição de bloqueio de Rydberg, revelam diferentes mecanismos de decaimento da fidelidade e crescimento da entropia de emaranhamento. Notavelmente, falhas que quebram as restrições podem induzir efeitos de congelamento local, aumentando a estabilidade das cicatrizes ao isolar cineticamente regiões da cadeia. No que diz respeito à Hamiltoniana, exploramos os efeitos de correções fisicamente motivadas derivadas de uma expansão de Schrieffer-Wolff a partir do modelo microscópico de Rydberg, além de perturbações genéricas com e sem desordem. Simulações numéricas, realizadas por diagonalização exata e evolução temporal de cadeias finitas, mostram que as correções de Schrieffer-Wolff introduzem apenas pequenas deformações na dinâmica com cicatrizes, enquanto a presença de desordem — especialmente quando combinada com termos que quebram a restrição — exerce um papel dominante na supressão dos revivals. Ao analisar observáveis como fidelidade, correlações locais, entropia de emaranhamento e sobreposição espectral, este trabalho caracteriza os efeitos das restrições cinéticas, da desordem e das perturbações microscópicas sobre a persistência da dinâmica com cicatrizes. Os resultados fornecem uma compreensão quantitativa de como diferentes mecanismos preservam ou degradam os revivals no modelo PXP. Este estudo contribui para o avanço da compreensão sobre dinâmicas não termais em sistemas quânticos restritos e oferece diretrizes para futuros esforços experimentais específicos à engenharia e estabilização desses estados.
