Espaço do Acolhimento ao Estudante

Visando o enfrentamento da questão de saúde mental na pós-graduação,  propõe-se a acolher e ouvir o estudante, auxiliando-o a lidar com problemas psicológicos cada vez mais comuns no meio acadêmico, como ansiedade, depressão, pressão exagerada por desempenho e resultados, falta de perspectivas profissionais, orientações e relações abusivas, discriminação.

Em linhas gerais, os objetivos do Espaço são:
a) Ouvir e acolher o estudante que esteja passando por dificuldades psicológicas, encaminhando-o a ajuda especializada, se for o caso.
b) Encaminhar as manifestações dos alunos aos responsáveis, em regime de anonimato quando necessário;
c) Acompanhar o andamento das manifestações, mantendo informadas as partes interessadas;
d) Agir como elemento facilitador na mediação entre as partes quando necessário;
e) Elaborar relatórios periódicos e apresentá-los ao colegiado de pós-gradução, para serem utilizados como ferramenta de gestão que possa fomentar a promoção de melhorias e a criação de novos programas de administração;
f) Manter contato com os demais órgãos da universidade para, respeitando a especificidade do assunto apresentado, buscar a realização de ação conjunta.

Além de se colocar próxima ao estudante no dia a dia, a comissão está disponível para ouvi-lo e orientá-lo, e procurará atuar em conjunto com o Centro de Saúde Mental da UFMG, tentando estabelecer uma ponte entre o estudante e a rede de apoio da própria universidade.

Estudantes de nosso corpo discente podem entrar em contato a qualquer momento enviando um email diretamente para qualquer membro da comissão:

Catarina Carvalho Haase ( catachaase@gmail.com)

Letícia Lima Rios Rioga (leticiarioga@gmail.com)

Profa. Ana Maria de Paula (ana@fisica.ufmg.br)
Profa. Lívia Siman (liviasg@fisica.ufmg.br)
Prof. Mário Sérgio Mazzoni (mazzoni@fisica.ufmg.br)

Ainda, o formulário eletrônico abaixo pode ser preenchido (de modo anônimo, se preferir) e será encaminhado a todos os membros da comissão.

Sobre a questão de saúde mental na pós-graduação

A pós-graduação tornou-se um terreno fértil para problemas mentais em todo o mundo. O tema tem sido extensivamente debatido no ambiente acadêmico e em reportagens e editorias das revistas científicas, sempre acompanhado da apresentação de estatísticas alarmantes. Em 2017, em resposta a um levantamento promovido pela Revista Nature entre estudantes PhDs, 29% de um total de 5700 respostas indicavam preocupações com saúde mental; dois anos depois, outra pesquisa da revista, desta vez entre 6300 estudantes em todo o mundo, revelou que 36% já haviam procurado ajuda para quadros de ansiedade e depressão relacionados à pós-graduação [Nature, 575, 257 (2019)] . Em nosso departamento, um questionário enviado pela Secretaria de Pós-Graduação aos estudantes corrobora esses resultados: 54,7% responderam que apresentam ou apresentaram problemas psicológicos durante a pós-graduação. Diversas causas do sofrimento psíquico entre os estudantes são identificadas como comuns a programas de pós-graduação em diferentes aŕeas, como cobranças e pressão exageradas, ansiedade, falta de perspectivas profissionais e orientações acadêmicas abusivas. Há também problemas de outra natureza. Em outra pesquisa conduzida pela revista Nature em 2019, 21% de estudantes PhD relataram que haviam sofrido assédio ou discriminação, principalmente mulheres e membros de grupos étnicos minoritários, como entre pessoas de minorias de gênero (LGBT+ ) [Nature 595, 135-137 (2021)]. Não menos importante é a situação de estudantes que já apresentam quadros depressivos por razões externas ao meio acadêmico, e que, em seu ambiente de trabalho, não encontram apoio para superação das dificuldades.

Em todas essas análises, fica aparente que o que se exige é uma mudança radical na filosofia de formação de cientistas e na forma como a pesquisa científica é feita e valorizada atualmente. A revista Nature [Nature, 575, 257 (2019)] destaca como conclusão em um de seus textos sobre o assunto: “…a verdade é que o sistema está fazendo pessoas jovens doentes e elas precisam de nossa ajuda”. É também claro que há muito a ser feito além de esperar por mudanças no sistema como um todo. É neste contexto que reside a importância de um Centro de Acolhimento, capaz de ouvir as pessoas e promover encaminhamentos adequados. O aprisionamento da pessoa dentro de sua própria angústia é um aspecto particularmente nefasto do problema de ordem psicológica, impedindo uma reação eficaz do indivíduo ao mesmo tempo em que o mergulha em quadros letárgicos que agravam o problema.

A UFMG possui uma página dedicada a saúde mental com informações e sobre canais de apoio: https://www.ufmg.br/saudemental/saude-mental/apresentacao/