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Inauguração do Observatório Astronômico da Serra da Piedade

Professor Francisco de Assis Magalhães, um dos grandes responsáveis pelo início das aulas em Física Experimental.

A construção do Observatório Astronômico da Serra da Piedade foi uma missão assumida pelo professor Francisco de Assis Magalhães Gomes (foto) quase como um compromisso pessoal.

O local escolhido, na Serra da Piedade, desde 1760 é considerado espaço sagrado, local de romarias, devido a aparições da imagem de Nossa Senhora. Por esse motivo, lá foi construída uma capela. Professor Francisco, muito religioso, foi o facilitador das negociações com a Cúria católica para uso do espaço na criação do Observatório.

Pesquisa em Astrofísica

A Astronomia como ramo de pesquisa tem avanços que dependem do desenvolvimento de métodos e instrumentos de observação, disponibilidade de tecnologia e dinheiro. A Astrofísica, ramo da Astronomia que estuda a constituição física e química dos corpos celestes, depende de técnicas fotométricas, espectroscópicas e espectrográficas. Dependeu, também, do desenvolvimento da Física Atômica ocorridos durante o século XX.

“Até 1961, a Astronomia no Brasil era voltada para a Astrometria e a Mecânica Celeste; a Cosmogonia era praticada de um modo bem próximo ao da reflexão filosófica; a Astrofísica não era praticada porque, com os seus enfoques apreendidos da física e seus métodos fotométricos e espectroscópicos, exigindo telescópios com discriminação superior a um segundo de arco, acoplados a instrumental avançadíssimo, era especialidade ainda distante de nossa realidade” (TAMBASCO, 1999, p. 134).

Astronomia no Brasil e em Minas Gerais

Em 1961, o Brasil se filia à União Astronômica Internacional (IAU) por proposta do astrônomo Abrahão de Moraes, do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP. Em março de 1964, houve a criação, no âmbito do CNPq, da Comissão Brasileira de Astronomia (CBA). Tais acontecimentos fomentaram o movimento que viria a desencadear a construção do Observatório da Serra da Piedade.

“Para a comunidades astronômica mineira, contudo, a Serra da Piedade revelou grande potencialidade para abrigar um observatório astronômico de menor porte, capaz de realizar pesquisas complementares àquelas que seriam desenvolvidas em Brasópolis. Contribuiria, assim, eficaz e rapidamente, para a formação de astrônomos pela UFMG, nos níveis de graduação e pós-graduação, o que seria a concretização do desafio assumido por Muniz Barreto desde 1963, além de ser a concretização de antigo sonho dos amadores da Astronomia, reunidos no Centro de Estudos Astronômicos Cesar Lattes, associação de amadores que se fundara em Belo Horizonte, como decorrência da efervescência científica que foi o acompanhamento do eclipse total do sol, em 1947, na localidade mineira de Bocaiúva” (TAMBASCO, 1999, p. 138).

Construção e inauguração do Observatório

No decorrer da trajetória de construção, houve problemas burocráticos para regularização da obra e atraso na entrega dos equipamentos do observatório: “O final da montagem se deu em 23 de outubro de 1972 e a inauguração solene do observatório foi realizada em 9 de novembro seguinte” (TAMBASCO, 1999, p. 147).

“À inauguração compareceram o ministro da Educação, Jarbas Passarinho; o governador do Estado, Rondon Pacheco; o diretor do Observatório Nacional, professor Luís Muniz Barreto; o Diretor do ICEx, professor Francisco de Assis Magalhães Gomes e outras autoridades políticas, militares e acadêmicas, notando-se, contudo, a ausência do seu realizador, Israel Pinheiro. Discursaram na solenidade, além do ministro da Educação, os professores Luís Muniz Barreto e Francisco de Assis Magalhães Gomes” (TAMBASCO, 1999, p. 147).

Francisco de Assis Magalhães foi o primeiro Diretor do Observatório Astronômico da Piedade. 

“Entre 1974 e 1979, consideráveis problemas oriundos de uma estrutura administrativa inadequada perturbaram a vida e a produção do OAP. […] Superadas essas dificuldades, a partir de 1979 o OAP voltou às suas atividades plenas, contando com novas contratações de pesquisadores experientes. […] A partir de 1985 as atividades estabilizaram-se e a participação em eventos científicos, no Brasil e no exterior, tornou-se frequente” (TAMBASCO, 1999, p. 148)

Referência: TAMBASCO, José Carlos Varges. O observatório astronômico da Piedade. In: Varia Historia, n. 20, março de 1999. 
  1972  /  Departamento de Física  /  Atualizado Março 30, 2018 por Verônica Soares  /  Tags: , ,

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