riação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), em 1985, o professor Ramayana Gazzinelli foi um dos integrantes do primeiro Conselho Curador.
“Ao mesmo tempo que avançava o processo de democratização, os debates sobre o papel da ciência e da tecnologia na sociedade ganhavam espaço. A visão tecnocrática que predominou na era militar cedia lugar a outra, que alçava a ciência e a tecnologia a instrumentos de mudança social.
Refletindo o novo momento que começava a se delinear, em 1985 foi criado o Ministério da Ciência e Tecnologia. Uma das primeiras iniciativas do órgão foi promover, juntamente com o CNPq e a FINEP, uma série de reuniões regionais em 11 cidades para debater as relações da ciência e da tecnologia com as necessidades sociais, o desenvolvimento econômico e regional e a participação da sociedade. O novo modelo de Ciência e Tecnologia que se desenhava tinha seu cerne na regionalização, isto é, foi opção política em função das demandas reais de cada região, de suas necessidades efetivas e de seus recursos.
Em Minas, havia o sentimento de que faltava ao Estado uma instância que pudesse assegurar certa autonomia financeira diante das agências federais e internacionais na implantação de uma política de desenvolvimento científico e tecnológico que fosse capaz de superar o descompasso entre a realidade econômica e sua produção científica e tecnológica.
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A reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na capital mineira, em junho de 1985, foi o fato novo que precisava. Durante o congresso, o governador Hélio Garcia anunciou a criação da fundação para um auditório de 2.000 pessoas. E, em menos de um ano, ela foi criada por lei e fato, com estatuto, cargos preenchidos, sede própria e realizações (PEREIRA, 2012: 46-47)”.