Seminário Geral: Grafeno: trabalhando para transformar aplicações em realidade de mercado.

Sobre este evento

Resumo: A produção de grafeno a partir da grafita natural e o fomento ao desenvolvimento de suas aplicações, além de agregar enorme valor ao mineral, habilita a criação de novas cadeias de econômicas, de produtos, processos e serviços, em torno das aplicações do nanomaterial dele derivado. Um dos grandes desafios atuais é justamente reduzir o custo do grafeno e aumentar sua disponibilidade para que ele possa ser largamente utilizado. Desde junho de 2016, a CODEMGE (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) investe em um projeto em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e o CDTN (Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear), chamado MGgrafeno, cujos objetivos são o desenvolvimento de uma tecnologia para a produção de grafeno de alta qualidade e baixo custo, de forma reprodutível e escalável; e a demonstração de algumas aplicações chave usando o nanomaterial produzido. O projeto MGgrafeno nasce de uma diretriz da CODEMGE de valorizar e agregar valor aos minerais de Minas Gerais. Situado em Belo Horizonte, o projeto recebeu R$ 21,3 milhões em investimentos. Dado os resultados expressivos obtidos o projeto irá para uma nova fase com um novo investimento no valor de cerca de R$30 milhões. A qualidade do material produzido é no mínimo equivalente e, em muitos casos, superior a dos grafenos disponíveis no mercado mundial. Atualmente, um processo eficiente de produção de grafeno já opera em uma planta piloto, sendo a primeira planta piloto para produção de grafeno no Brasil. O processo gera 150Kg/ano de grafeno separado em dois produtos, de 1 a 4 camadas e de 5 a 10 camadas. Também são produzidas nanoplacas de grafite com capacidade de 1200 Kg/ano. O processo desenvolvido é facilmente escalável, sendo prevista uma expansão considerável nos próximos três anos. O projeto produziu um novo protocolo de caracterização robusto e transparente, apontando e contornando diversos problemas dos protocolos atualmente utilizados, tanto na indústria como na academia. Várias demonstrações de aplicações foram realizadas e há interação com várias empresas. O Projeto Mediconchip tem como objetivo produzir biosensores utilizando transistores de efeito de campo à base de grafeno (GFET´s). O grande desafio é ir além de demonstrações de princípio e gerar um processo industrializável que produza biosensores confiáveis. Ambos os projetos realizaram investimentos muito significativos na UFMG, em especial na estrutura multiusuário do Departamento de Física da UFMG. Nesse seminários apresentaremos o projeto MGgrafeno mostrando desenvolvimentos realizados e nas oportunidades que ele oferece para colaborações e parcerias em desenvolvimentos conjuntos de aplicações. Apresentaremos, também, o projeto Mediconchip e alguns dos seus principais resultados e desafios.