Mesmo nas trevas, luz – Experimentos de Óptica durante a pandemia

Mesmo nas trevas, luz

Agnaldo Gomes de Magalhães

 
          Imaginem um jovem sozinho estudando. Ele está isolado, não somente por não ser muito desejoso da companhia humana, e não somente porque, tendo poucos recursos financeiros, é segregado pelos demais alunos da Universidade. Ele está isolado, pois uma pandemia está à sua volta. Não, este jovem não é nosso contemporâneo, que estaria em casa devido à COVID-19, tampouco estava em quarentena devido à “Gripe Espanhola” que no início de 1918 atingia o Rio de Janeiro ou em Belo Horizonte daquele mesmo ano.
 
          O fato é que a situação se agravara na cidade em que estava. Mas, para este jovem havia uma alternativa que permitia amenizar a situação. Diferentemente de nós que recebemos orientações para evitar deslocamentos, para ele isso era uma alternativa, e tal como Pampineia e seu colegas fizeram cerca três séculos antes, ele decidiu sair da cidade.
 
          Embora tanto o grupo que protagonizou a obra de Boccaccio quanto o jovem mencionado inicialmente buscassem se afastar da devastadora realidade que assolava suas cidades, os que saíram de Florença em torno de 1348 também almejavam celebrar a vida gozando de festas e alegrias, enquanto que o jovem, ninguém menos que Sir Isaac Newton, tinha outros objetivos quando partiu de Londres rumo à fazenda de sua mãe.
 
          Embora separados por séculos, o que ameaçava Newton era o mesmo que ameaçava os jovens em Decameron: a Peste Negra que se espalhou pelo mundo apresentando diversos surtos entre os séculos XIV e XX, chegando inclusive ao Brasil em 1899. Responsável pela morte de milhões, pano de fundo na obra de Boccaccio e referenciada por Bruegel em “O Triunfo da Morte”, a Peste Negra, ou Peste Bubônica, se espalhou pelo mundo levando diversas pessoas a se afastarem dos centros urbanos. Neste período, Newton criou suas principais teorias, dedicando-se, inclusive, ao estudo da Óptica, abordando, por exemplo, a dispersão da luz que leva ao arco-íris.
 
Que tal lermos um pouco sobre isso e fazermos uns experimentos?
 
Acesse: https://www.fisica.ufmg.br/biblioteca/projetos/ciencia-na-biblioteca/faca-voce-mesmo/disco-de-newton/