_____________________________________________01 de dezembro de 2011

Caros Amigos da Cosmologia,

A Universidade de Oxford, na Inglaterra, possui uma prestigiosa editora, a Oxford University Press. Entre muitas obras, ela publica uma coleção denominada The Oxford Companion to ..., que abrange variados tópicos de interesse acadêmico.

Tenho em mãos o The Oxford Companion to Cosmology, de autoria de Andrew Liddle e Jon Loveday, edição de 2009. Este “Companheiro” — como todos os outros da coleção — é uma enorme lista de entradas, de A a Z, como numa enciclopédia. Os verbetes são, neste caso, dedicados à cosmologia.

Comentarei uma das seções iniciais, que aparece antes da lista de verbetes, intitulada “Overview: the hot big bang cosmology”, ou, em bom português, “Visão geral: a cosmologia do estrondão quente”.

Esta seção apresenta um resumo do modelo padrão da cosmologia. Ela é dividida em subseções. Adianto que, para o propósito que tenho em vista, a mais interessante é a última. Passaremos por todas.

1- The development of the known Universe - Discorre sobre a visão inicial da humanidade sobre o universo e as transformações pelas quais passou esta visão, até a descoberta das galáxias no século XX.
2- The expansion of the Universe - A velha estória...
3- The hot big bang - Se o universo se expande, houve um estágio inicial quente e denso.
4- The dark stuff, part I - Matéria escura.
5- Structures in the Universe - A matéria escura não bariônica fornece a infraestrutura cósmica — o esqueleto — para a formação das estruturas, ou seja, a distribuição espacial das galáxias.
6- The early Universe - A especulação maior, a “inflação cósmica”, de Alan Guth, que como previ ( COSMOS:28out11), será o próximo (quando?) prêmio Nobel de Física.
7- Galaxies - Os esforços observacionais para a construção de grandes catálogos de galáxias.
8- Cosmic microwave background anisotropies - A radiação precisa apresentar anisotropias, caso contrário, como entender as estruturas vistas hoje? Os Austores proclamam o sucesso do satélite COBE, o descobridor das anisotropias. Lembram-se do prêmio Nobel de Física de 2006? Foi para dois dos investigadores principais do projeto. O terceiro deles, por razões que desconheço, ficou de fora.
9- The dark stuff, part II - Energia escura.
10- The standard cosmologic model - O modelo padrão da cosmologia, em linhas gerais.
11- Where next for cosmology? - A última subseção: Onde está o futuro da cosmologia? O que os Autores dizem? Em poucas palavras, o modelo padrão é muito bom, é um sucesso, etc, etc, etc. Mas eles reconhecem que o modelo precisa de duas componentes de matéria e energia escuras, i.e., total e profundamente desconhecidas. As palavras dos Autores são verdadeiras pérolas de autocomplacência, que precisam ser expostas nesta análise. Os destaques são meus.

The standard cosmological model is a striking success, as a phenomenological description of cosmological data.
(...)
But that doesn't mean that cosmologists are particularly happy, or that the era of cosmological investigation is over.
(...)
What is dark matter? No one knows, despite its pervasive gravitational influence.
(...)
And dark energy is really just a name for something not understood at all, even apart from the obvious objection that having played the ‘mysterious unknown dark stuff’ card once with dark matter, we really shouldn't be allowed to play it again with dark energy. Yet cosmologists, reluctantly, have been forced to do so.

New insight is clearly needed, which may be observational or theoretical.
(...)
As to theoretical insight, you can't really plan for that.You need a lot of smart people, and faith that with enough smart people, thinking about difficult problems in enough different ways, someone can transform our view about how the world works. It's happened many times before, and it will surely happen again.

Um abraço a todos.

Saudações Cosmológicas,

Domingos

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Domingos Sávio de Lima Soares
Página Pessoal
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