Colóquio 19/09/2025: CACHAÇA DE ALAMBIQUE! BEBIDA GENUINAMENTE BRASILEIRA! CRESCIMENTO E QUALIDADE ATRELADOS A TECNOLOGIA E INOVAÇÃO.

Cachaça é uma bebida tipicamente brasileira, nasceu com o descobrimento do Brasil, com a introdução da cultura da cana-de-açúcar pelos portugueses. É reconhecida tanto pelas contribuições e influências na cultura brasileira, quanto pela importância na economia atual do país e no mercado internacional. A cachaça destaca-se por ser a segunda bebida alcoólica mais consumida no Brasil e a terceiro destilado no mundo, sendo considerada um símbolo da cultura brasileira. Atualmente, compete com os melhores destilados do mundo, não deixando nada a desejar.
Dados do Anuário da Cachaça, (BRASIL, 2025), citam que a produção anual de 2024 foi de 1,3 bilhão de litros da bebida, dos quais 70% são provenientes da produção industrial de coluna e 30% da produção de alambique de cobre. No Brasil foram contabilizados 1266 alambiques registrados e 5998 produtos, com a maior concentração de estabelecimentos registrados (501) no estado de Minas Gerais. O país exportou no mesmo ano 6.661.879L de cachaça para 74 países diferentes totalizando US$14.544.205. Minas Gerais destaca-se como o maior produtor da indústria de alambique do país, representando aproximadamente 50% da produção nacional
A cachaça é uma matriz complexa de compostos orgânicos e inorgânicos, obtida do caldo de cana crua fermentado e produzida por milhares de produtores espalhados por vários estados. O conhecimento da composição química da cachaça é importante, visto que os estudos dos compostos potencialmente tóxicos têm sido um fator determinante no controle de qualidade. Várias reações ocorrem em toda a cadeia produtiva da bebida, desde a colheita da cana até o engarrafamento. Nessas reações
ocorrem a formação dos compostos secundários, contaminantes orgânicos e inorgânicos. Assim, é necessário o desenvolvimento de pesquisas que contribuem para o entendimento da origem dos compostos presentes na cachaça e que permitam estabelecer critérios para a melhoria dos processos e do produto final.
A Portaria do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Nº 539, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2022, estabelece os Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ’s) para cachaça, onde constam as quantidades aceitáveis dos congêneres e dos contaminantes. Na cachaça, diversos fatores afetam na qualidade do produto final obtido, entre eles a espécie de cana utilizada, o tratamento do caldo, a levedura utilizada, a higienização, entre outros. Há a necessidade de buscar novas tecnologias para melhorar e controlar a qualidade, bem como padronizar a bebida. Encontrar novas formas de aumentar a qualidade do produto, reduzindo as chances de possíveis contaminantes é considerado o maior desafio que muitos produtores de cachaça enfrentam. A presença de contaminantes em bebidas destiladas tem sido foco de muitas pesquisas, pois vão interferir diretamente na rentabilidade do produtor, e concomitantemente vão impactar negativamente a saúde do consumidor.
Cachaça é do Brasil, é a Nossa Bebida!
SOBRE A PALESTRANTE: Coordenadora do Curso de Pós Graduação Lato sensu em Tecnologia da Cachaça/UFLA e dois Laboratórios de Pesquisas: Química Orgânica – Óleos Essenciais e Análise de Qualidade de Aguardente/Cachaça do DQI/UFLA. É Consultora e Delegada do Conselho Regional de Química/Minas Gerais da Regional Lavras e Região. É Coordenadora do Centro de Referência Nacional em Análises de Qualidade de Cachaça, pesquisando, orientando alunos de graduação / pós graduação e Produtores na melhoria da Bebida Genuinamente Brasileira. – Lattes –