1864. Plecostomus alatus Günther, Catal. Fish. Br. Mus. V. p. 234.
Os exemplares que dão base para as classificações acima são de Minas Gerais (Rio Sabará e Rio Cipó), como também o são os dois que o Prof. Reinhardt trouxe do Rio das Velhas; mas a espécie ocorre também no Rio São Francisco. Os brasileiros denominam-na ``cascudo'' ou ``Acary''. Reinhardt observa que ela aparece no rio (não na Lagoa Santa) e se engancha nas pedras com seu lábio inferior desenvolvido em forma de ventosa; não morde o anzol e consegue viver muito tempo fora d'água. - Os exemplares disponíveis têm um comprimento de 13 e 15 1/2 polegadas, respectivamente. À descrição de Günther quero ainda acrescentar o seguinte, em parte como complementação e em parte para salientar alguns pequenos desvios (irrelevantes com relação à identidade da espécie) do que aquele ictiólogo de alto mérito encontrou.
No exemplar menor, o focinho é muito mais agudo e tem uma quilha mais nítida que no maior; o diâmetro dos olhos é contido mais de 2 vezes, quase 2 1/2 vezes na largura da testa; é um pouco maior que a distância que os separa das narinas e igual ou maior que a menor distância entre estas; o diâmetro dos olhos é contido mais de 6 vezes no comprimento da cabeça, que é muito maior que sua largura máxima. Quase não há traços de saliências no topo da cabeça e nas regiões temporais. Alguns pequenos espinhos ao longo da borda do opérculo e interopérculo salientam-se da cobertura espinhosa ou granulada dessas partes, como nos demais Plecostomus. A nadadeira dorsal é tão alta que, quando dobrada, alcança a nadadeira adiposa com sua ponta ou, no exemplar maior, a raiz da nadadeira caudal. O raio duro da nadadeira ventral é tão longo ou quase tão longo quanto o da nadadeira peitoral, que no exemplar menor somente alcança cerca de um quarto além da nadadeira ventral, e no maior, ao contrário, um terço desta, apesar de esta nadadeira nesse indivíduo ser relativamente um pouco mais longa. O comprimento da nadadeira anal é igual a 5 placas ventrais; entre aquela e a nadadeira caudal contam-se 11-13 placas pares e 5 ímpares (a quinta dessas últimas é na realidade o curto raio de suporte à frente do raio duro), entre as nadadeiras dorsais 5+1 ou 7+1. No raio duro das nadadeiras peitorais encontra-se (além dos numerosos e curtos espinhos existentes sobretudo na sua borda externa), ao longo de sua superfície mediana (parte de cima), uma nítida fileira (como um serrote baixo) de pequenos espinhos levantados. A borda do lábio inferior não é serrilhada de forma arredondada. Todo o istmo (garganta) e o ventre são cobertos com pequenas placas granuladas, com exceção de um semicírculo nu perto do lábio inferior, que no exemplar menor se junta a uma faixa nua entre as fendas branquiais, mas quase não existe no exemplar maior. Além disso, há algumas áreas nuas insignificantes perto das fendas branquiais e na base das nadadeiras ímpares. A ponta nua do focinho entre as duas áreas largas e curvadas do lábio superior, constituída de cobertura ossificada e granulada da cabeça, já foi mencionada por Günther; do mesmo modo que as áreas granuladas e ovais, nitidamente definidas, de cada lado do lábio superior, bem separadas daquelas extensões. As placas não formam nenhuma quilha, mas três quilhas arredondadas podem ser notadas ao longo de cada lado. A ordenação de pequenos espinhos em numerosas pequenas fileiras e o seu aumento de tamanho em direção à borda livre das placas são nítidos nas filas de placas inferiores, mas nas superiores e na parte de baixo da garganta terminam em granulação uniforme. A cor é marrom-escuro com manchas claras, que são numerosas e próximas na cabeça e nas nadadeiras pares, em menor número e maiores, freqüentemente alongadas ou coalescentes, nas placas do corpo e da cauda; também o ventre é escuro com manchas claras, a nadadeira dorsal escura com um padrão marmóreo mais claro.