Este livro de Stephen Hawking foi traduzido por Ivo Korytowski, com revisão técnica de Augusto Damineli, astrônomo do Departamento de Astronomia, IAG/USP. O resultado final está bom e não compromete de forma alguma o entendimento da obra.
O Autor faz um trocadilho no título do livro 1. Em inglês, o livro intitula-se The universe in a nutshell. Efetivamente, a casca de noz (nutshell) é uma imagem utilizada pelo Autor na sua exposição mas a expressão in a nutshell também tem o significado de resumidamente, em poucas palavras. Em português poderíamos adotar a tradução, por exemplo, O universo num vintém. Neste caso porém não haveria o trocadilho intencionado. A propósito, o complemento in a nutshell é bastante utilizado em títulos de livros cuja intenção é apresentar determinado assunto de forma resumida. Isto pode ser verificado através de uma busca, em alguma livraria virtual, de obras com títulos que contenham in a nutshell; centenas de títulos serão encontrados, como já verifiquei pessoalmente. Convém ressaltar no entanto que, concernente à cosmologia, já havia um precedente 2. O cosmólogo Edward R. Harrison utiliza a expressão em seu livro Cosmology, the science of the universe. Na primeira edição, de 1981, The universe in a nutshell é o título do capítulo 13, e na segunda edição (2000) aparece como o título da primeira seção do capítulo 17, que se intitula The cosmic box. Curiosamente, Hawking apresenta no início de seu capítulo 3, que se intitula O universo numa casca de noz, mesmo título de capa, uma citação de Shakespeare, extraída de Hamlet, que fora também utilizada por Harrison. Mas com uma pequena --- e importante --- diferença. A citação completa feita por Harrison é a seguinte.
I could be bounded in a nutsell and count myself king of infinite space, were it not that I have bad dreams.Em Hawking, a citação aparece como
Eu poderia estar recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito.Ele omite --- consciente ou inconscientemente, eis a questão --- a parte, provavelmente, mais profunda da citação:
... não fosse pelo fato de ter sonhos perturbadores.
Não se pode deixar de mencionar que houve um precedente ilustre na citação de Shakespeare. O escritor argentino Jorge Luis Borges cita o mesmo texto de Hamlet em seu conto --- possuidor de tinturas cosmológicas --- intitulado O Aleph (ver o texto original em espanhol em El Aleph, e uma tradução para o inglês, que contou com a colaboração do Autor, em The Aleph). O conto foi publicado originalmente em 1945. A propósito, Borges tambem omite a segunda parte da citação.
A seguir, apresento aqui uma lista de correções que acredito apropriadas no sentido de enriquecimento e eliminação de pequenos erros da versão em Português desta extraordinária obra.Aproveito para solicitar aos leitores do livro e desta errata que apresentem as suas críticas, e sugestões de possíveis adições a esta lista.
Muito obrigado, desde já.
1 Agradeço ao Prof. Luiz Paulo Ribeiro Vaz por ter chamado a atenção para este fato. Volta.
2 Agradeço ao José Carlos Neves de Araújo ( INPE) por esta informação. Volta.
3 Agradeço ao Prof. Emmanuel Araújo Pereira pela discussão estimulante sobre este ponto. Volta.
Atualização: 23Ago2004