O Reino das Galáxias, a palestra


Domingos Soares


(www.fisica.ufmg.br/~dsoares)

 

Astrofísica Extragaláctica

Departamento de Física, UFMG -- Belo Horizonte -- Minas Gerais
Endereço eletrônico: dsoares@fisica.ufmg.br

22 de novembro de 2013

 

 

 

No dia 21 de novembro de 2013 ministrei a palestra “O Reino das Galáxias” no Planetário do Espaço do Conhecimento UFMG.

O convite para a palestra foi do Prof. Leonardo Marques Soares, coordenador do Planetário.

Resumo
As estrelas que vemos no céu pertencem todas a uma mesma família. Esta família é a nossa galáxia, a galáxia da Via Láctea. A Via Láctea, isto é, o "caminho leitoso", é uma faixa luminosa e esbranquiçada que se estende por todo o céu. Ela não pode ser vista nos céus das grandes cidades devido à poluição luminosa. As estrelas de que falamos acima situam-se ao redor desta faixa e também sobre ela.

A consciência de que vivemos num sistema de estrelas individual chamado de "galáxia", termo que origina-se da palavra grega para "leitoso", só foi consolidada durante a década de 1920, ou seja, há menos de 100 anos.

Existem, além da nossa, centenas de bilhões de outras galáxias no universo, o Reino das Galáxias. Discuti alguns aspectos deste Reino especialmente os detalhes e personagens importantes que levaram à sua descoberta.

Para aqueles que desejarem fazer uma reflexão sobre grande parte do que foi apresentado, sugiro a leitura dos artigos de minha autoria que estão disponíveis na minha página eletrônica:

O roteiro da palestra esta disponível aqui.

A convite do Prof. Leonardo Gabriel Diniz (CEFET, Belo Horizonte) esta palestra foi também apresentada no CEFET em 14 de dezembro de 2013.

O Prof. Antônio Arapiraca, também do CEFET, escreveu uma reportagem sobre o evento no blog Pixel do CEFET-MG.

Após a palestra do CEFET ocorreu um fato curioso. Eu fiz uma pergunta ao final da palestra, “Quantas luas cheias seriam necessárias para recobrir toda a abóbada celeste?” Quando saía do auditório, dois alunos chegaram e disseram: “Professor, é 125 mil?” Eu disse: “Não, mas é próximo. Como vocês chegaram a este valor?” Eles apenas riram e foram andando sem me dizer. Eu disse a eles para pesquisarem o valor preciso do tamanho da lua e fazerem os cálculos para obterem o valor correto.

De qualquer forma, eu fiquei curioso para saber de onde eles haviam tirado os 125 mil…

Mais tarde eu vi que com os dados (aproximados) que eu havia fornecido durante a palestra seria possível chegar a este valor (aproximado) do número de luas cheias. Vamos à sequência dos dados apresentados (ver As galáxias mais distantes do universo):

    2- existem (aproximadamente) 10 mil galáxias naquela área.
    3- supondo-se que aquela área é representativa de toda a abóbada celeste, teremos pelo menos 125 bilhões de galáxias no universo.
O que os alunos devem ter feito: a área da lua cheia deve conter 100 × 10 mil = 1 milhão de galáxias. E se a abóbada celeste apresenta 125 bilhões de galáxias, então ela deve equivaler a 125 bilhões/1 milhão = 125 mil luas cheias!

Legal, não é? Os alunos estavam aparentemente bastante atentos à palestra. O que mais pode almejar um palestrante?

Mas, qual é o valor exato? (Considere que o disco da lua cheia é moldável de modo a recobrir toda a superfície da abóbada celeste.)

Este tipo de cálculo é muito relevante para a discussão da questão da Escuridão da noite, só que substituindo a lua pelo sol. O número de sóis necessários para o recobrimento de toda a abóbada celeste é aproximadamente o mesmo que o número de luas.


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