29 de setembro de 2021
A entrevista foi realizada no dia 29 de setembro de 2021, via Zoom. Antes da entrevista a Gabrielle enviou-me algumas perguntas que representam o interesse de seu grupo. Estas perguntas foram discutidas na entrevista. Na próxima seção apresento as minhas respostas feitas como preparação para a entrevista propriamente dita. O que ocorreu na entrevista está documentado na gravação apresentada aqui (Google Drive) ou aqui (OneDrive).
O Telescópio Espacial Hubble será referido a seguir pela sigla HST, que significa Hubble Space Telescope ou por Hubble. Estas são maneiras comuns de se referir ao telescópio, tanto em inglês, quanto em outros idiomas.
Todo o conjunto necessita de energia elétrica, a qual é fornecida por dois grandes painéis solares (2,4 m por 12,1 m cada) e por baterias de níquel-hidrogênio, carregadas pelos painéis. Estas são usadas nos períodos em que o HST fica na sombra da Terra durante 25 minutos do período orbital de 97 minutos.
O HST possui ainda antenas para comunicação com a base em Terra e computadores de bordo (mais detalhes em O Telescópio Espacial Hubble).
Na lista dos 24 ensaios que escrevi, não poderia faltar um texto sobre o HST, dada a sua influência enorme em todas as áreas da astronomia, particularmente da astronomia extragaláctica.
Os ensaios do projeto podem ser vistos em minha página eletrônica no endereço O Reino das Galáxias.
A sua órbita está inclinada de 28,5 graus em relação ao equador. Então ele pode ser melhor visto a partir de locais na Terra localizados entre a latitude 28,5 graus norte e 28,5 graus sul. O HST aparece, quando mais brilhante, como uma estrela de magnitude 1, ou seja, como a estrela mais brilhante do Cruzeiro do Sul. Duas páginas na internet podem auxiliar na procura do HST no céu: N2YO.com e Heavens-Above. Veja mais explicações em You can see the Hubble Space Telescope in the sky above de autoria de Tanya Hill, astrônoma extragaláctica australiana.
Então, para saber onde o Hubble está em determinado momento é necessário utilizar um calculador de efemérides como os dois mencionados acima. E ele pode ser visto no céu com relativa facilidade.
A) “Projeto Chave do Hubble para a determinação da constante de Hubble”, que visou determinar as distâncias até as galáxias utilizando a relação período-luminosidade de estrelas cefeidas (ver Henrietta Leavitt e a régua cósmica). Este projeto encerrou-se em 2001 e propiciou a determinação da constante de Hubble com grande precisão. A constante de Hubble é um dos parâmetros mais importantes da cosmologia moderna.B) “Campo Ultra Profundo do Hubble”, que representa a observação mais profunda em distância e em tempo retrospectivo de um campo astronômico. O HST observou uma pequeníssima região do céu localizada na constelação da Fornalha, próxima da conhecida constelação de Órion, cuja área é aproximadamente um centésimo da área aparente da Lua cheia. A observação foi feita durante um tempo de exposição equivalente a 11,3 dias ou cerca de 1 milhão de segundos. Estima-se que o campo contenha mais de 10.000 galáxias. As galáxias maiores na imagem são as mais próximas. A maioria das galáxias aparecem como pequenas manchas disformes. Esta observação permitiu um estudo bem fundamentado da evolução das galáxias, bem como mostrou de forma inequívoca que existem pelo menos 125 bilhões de galáxias no universo. Pelo menos até a profundidade na qual o Hubble fez a observação. Outros detalhes em As galáxias mais distantes.
Por que infravermelho? Há várias razões. Em primeiro lugar, razões cosmológicas. Edwin Hubble (1889-1953) descobriu na década de 1920 que a luz de objetos cósmicos se apresenta tanto mais avermelhada quanto mais distantes estão estes objetos. Desta forma, galáxias muito distantes poderão ser observadas em comprimentos de onda na faixa da radiação infravermelha. O Webb ampliará assim o alcance, em termos de distâncias cosmológicas, do telescópio Hubble. Em segundo lugar, para objetos em nossa Via Láctea e nas galáxias próximas, a luz infravermelha é capaz de atravessar as nuvens de poeira interestelar e ajudar a revelar os segredos astrofísicos nelas ocultos, como formação de estrelas e sistemas planetários. Finalmente, o Webb poderá detectar a emissão infravermelha de estrelas, em geral, das próprias nuvens de poeira — todo objeto aquecido emite no infravermelho —, estejam elas ao redor das estrelas em formação ou vagando pelo espaço, e a emissão integrada de galáxias inteiras.
Mais detalhes em Telescópio Espacial James Webb.